Seminário debate discriminação

Muitos trabalhadores acabam perdendo o emprego por serem HIV positivos. Alguns empregadores também chegam a pagar o salário para que o soropositivo fique em casa, com medo de que transmita o vírus para outras pessoas. Essas foram algumas das questões discutidas ontem no Seminário HIV no Setor de Saúde e suas Implicações Trabalhistas, realizado pelo Ministério Público do Trabalho do Paraná, em Curitiba.

O procurador regional do Trabalho, João Hilário Valentim, falou sobre os aspectos jurídicos das implicações trabalhistas para o doente infectado pelo HIV. Segundo ele, o pior inimigo dos soropositivos e a falta de informação. O portador do vírus tem o direito de manter sob sigilo a sua condição a fim de evitar o preconceito.

Em muitos casos, quando o empregador descobre que o funcionário é soropositivo, ele é mandado embora. Mas os trabalhadores não estão baixando a cabeça e começam a entrar na justiça atrás dos seus direitos. Muita gente já foi reintegrada porque provou que a demissão foi discriminatória.

Outro caso comum é o empregador pagar o salário normalmente, mas pedir que o funcionário não volte mais ao trabalho. Segundo o procurador, já houve casos em que as pessoas foram pressionadas a aceitar a proposta e posteriormente acabaram morrendo. "Tem um impacto muito grande na vida delas. Elas se sentem discriminadas e rechaçadas", comenta.

A procuradora Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes comenta que pesquisas mostraram que as pessoas que trabalham na área da saúde tem 30% a mais de chance de ser infectados. "Queremos saber se isso acontece e de quem é a responsabilidade", fala. Durante o seminário, a chefe do serviço de infecção hospitalar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Elaine Drehmer de Almeida Cruz, falou sobre biossegurança e as normas de prevenção para evitar o contágio dentro das instituições de saúde. Já o médico infectologista, Moacir Ramos, falou sobre o risco do contágio da doença a partir do manuseio de instrumentos em várias ambientes de trabalho. "Ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto, precisamos esclarecê-las", revela a procuradora.

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