No próximo dia 7, o Brasil vai estar em festa. Há 181 anos, o Brasil, por meio da figura do então príncipe regente dom Pedro, que se tornou o imperador dom Pedro I, declarava sua independência de Portugal. Para relembrar o fato, uma série de comemorações deve acontecer em todo o País.
Segundo o professor de Direito Antônio Celso Mendes, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, o processo de independência foi comandado pela elite cultural que vivia no Brasil, da qual fazia parte uma série de juristas formados em Coimbra e Lisboa. Uma série de causas levaram à libertação do País das mãos de Portugal, entre elas a Inconfidência Mineira (1792) e a Insurreição Pernambucana (1817).
No ano de 1820, dom João VI foi convocado pela corte de Lisboa a aceitar um novo regime constitucional. No dia 26 de abril, voltou a Portugal deixando aqui seu filho mais velho, dom Pedro, como regente. Algum tempo depois, por estar se comportando de forma contrária aos interesses da metrópole, dom Pedro foi convocado a retornar a Portugal, o que resultou no Dia do Fico. No Brasil, recebeu da maçonaria local o título de “defensor perpétuo do Brasil”. “No dia 7 de setembro de 1822, dom Pedro proclamou a independência, sendo proclamado rei do Brasil e, posteriormente, imperador”, explica o professor.
Causas sociais
Diversos outros fatores, contudo, interferiram na independência. O Iluminismo ou Filosofia das Luzes, que pregava as virtudes da ciência, do individualismo e da liberdade, foi considerado fundamental. Os habitantes do País também tinham como exemplo a independência americana, ocorrida em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789.
Na época, vivia-se o início da urbanização do território brasileiro. A sociedade, que na maioria era analfabeta, rural e escravocrata, sentia os efeitos danosos da exploração mineral ocorrida no século XVIII e via na independência uma esperança de uma vida melhor, embora no início houvessem muitos conflitos de interesse entre os portugueses que aqui viviam.
“Muita coisa mudou de 1822 até hoje: o Brasil cresceu e se tornou uma das grandes potências mundiais, porém muito ainda é reflexo do que aconteceu naquela época”, diz Antônio Celso. “Para conquistar a independência, o Brasil assumiu uma dívida de Portugal com a Inglaterra. O País já nasceu endividado e, infelizmente, continua endividado até hoje.”
