Os resultados de um aerolevantamento sobre o litoral do Paraná, realizado em abril, dentro do projeto Gestão Integrada da Zona Costeira do Paraná, com Ênfase na Área Marinha, foram apresentados ontem na sede da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), em Curitiba. São 160 imagens aéreas da costa paranaense que devem servir como instrumento de execução do projeto de zoneamento do litoral.
As aerofotos permitem que sejam identificados pontos de poluição e de realização de atividades de pesca, maricultura, portuárias e hidroviárias. Todas as atividades do homem na costa foram mapeadas. Participaram do evento representantes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), do Conselho do Litoral, do Programa Nacional de Meio Ambiente, do Pró-Atlântica, além de professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e consultores autônomos.
“O objetivo é realizar um trabalho que permita criar normas e disciplinas de uso do litoral paranaense. Queremos propor um monitoramento de todas as atividades”, explica o coordenador do projeto, Paulo Roberto Castella. A intenção das pessoas que participaram da apresentação de ontem é de que, dentro de 150 dias, esteja pronta uma proposta de pré-zoneamento. Dentro de 210 dias, a proposta definitiva deve ser finalizada. Até o fim do ano, deve começar a ser colocada em prática.
“Com a finalidade de promover uma melhoria das atividades desenvolvidas pelo homem e preservar a flora e a fauna do litoral paranaense, serão estabelecidas áreas específicas para pesca, turismo marinho, cultivo de ostras, mexilhões, certos tipos de peixes, dentre outras ações”, diz Paulo Roberto. Outra idéia é trabalhar para que os órgãos ambientais exerçam uma maior fiscalização sobre as grandes embarcações oriundas dos estados de São Paulo e Santa Catarina que fazem pesca de arrasto no litoral paranaense. “Os principais beneficiados serão os setores de turismo, pesca e maricultura”, diz o coordenador. “Dos dois últimos, fazem parte 2.800 pescadores artesanais, 180 maricultores e 7.500 pescadores amadores.”
O projeto é financiado pelo Banco Mundial, através de repasse de verba do Ministério do Meio Ambiente. Foram disponibilizados cerca de US$ 130 mil.