Ricardo Ramirez, coordenador de Biodiversidade da Sema, conta que a fiscalização contra o desmatamento ou qualquer outro tipo de agressão às florestas deve reduzir a prática, com o auxílio de mais 180 policiais florestais que estão próximos da capacitação. “Sempre temos denúncias de corte de araucárias e de desmatamento no litoral, e, na medida do possível, os problemas têm sido resolvidos. No caso da Serra do Mar, que é mata atlântica, a preservação também está sendo mantida, mas o cuidado vai permanecer.”
Além da preservação das matas nativas, a fauna não vai ficar de fora dos planos da Sema. Ramirez explicou que será lançada uma “lista vermelha” atualizada, com os animais em perigo de extinção no Estado. “Tudo faz parte de um ciclo. Se a floresta é afetada, tudo muda, pois está se tratando de um habitat natural. Qualquer alteração influencia a vida dos animais”, ressalta. A secretaria, através do Sistema Estadual de Proteção à Fauna, está aguardando para o dia 15 um decreto do governador Roberto Requião, que garante a preservação das espécies.
Outro problema crônico no Paraná é a preservação das matas ciliares, que contornam os rios e atuam diretamente no meio ambiente. Nos últimos anos, a devastação nessas regiões vem crescendo em decorrência das plantações. “Não somos contra a agricultura, só que deve haver um entendimento com os produtores, para que eles respeitem essas áreas”, argumenta.
O técnico da Área de Florestas da Sema, Paulo Costela, destaca que, nos últimos doze anos, mais da metade das florestas desapareceu. Segundo registros da secretaria, em 1990 restavam 8% do total. Agora restam apenas 3,5%. Ele explica que em 1990 o desmatamento aconteceu de forma mais acentuada, e a espécie mais afetada foi justamente a araucária.
Atualmente, de acordo com Costela, as matas se concentram na Serra do Mar, no Centro-Sul do Estado e no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz. “Desde 1920 o Estado sofre com essa questão. Tinha que se desenvolver e aproveitou essa fase, mas a questão agora é preservar”, diz. Ele também destacou que algumas regiões do Estado, como Norte Pioneiro, Norte e Noroeste, estão com a vegetação muito escassa: “Temos trabalhado para que o problema seja reduzido. Junto com a Secretaria de Planejamento e com a Secretaria da Agricultura, novos planos estão se desenvolvendo na busca pela preservação do que ainda resta”.
Conservação
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou na última quinta-feira a criação de quatro novas unidades de conservação no País. As florestas nacionais do Cabedelo (PB) e Piraí do Sul, no Paraná, e as reservas extrativistas de Cururupu (MA) e Capanã Grande (AM). As unidades somam 500 mil hectares e vão auxiliar na proteção da mata atlântica e da Amazônia. A Floresta Nacional de Piraí do Sul, na região dos Campos Gerais, com 124,8 hectares, tem a proposta de propiciar a conservação dos recursos naturais com uso sustentável, desenvolvimento de conhecimento cientifico e ecoturismo.