Sem-teto permanecem no prédio do Banestado

As 40 famílias que invadiram o prédio do antigo Banestado, na região central de Curitiba, na madrugada do último sábado, resistem em deixar o local. Segundo Anselmo Schwertner, um dos coordenadores nacionais do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, o grupo só sai do prédio quando houver uma proposta de assentamento urbano por parte do governo municipal. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, até o final da tarde de ontem não havia sido protocolado pedido de reintegração de posse do edifício.

Ontem, Schwertner se reuniu com o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Ângelo Vanhoni (PT). Schwertner salientou, no entanto, que a reivindicação não é sobre o Estado mas sobre o município. “A ação é em cima da Prefeitura. Quem é responsável por essa situação não é a política estadual atual, mas os oito anos do governo Lerner e os seis de Cássio”, falou. O deputado Ângelo Vanhoni informou, através de sua assessoria, que os sem-teto não formalizaram qualquer tipo de reivindicação.

Sobre a situação dos assentados, Schwertner informou que todos eles vivem em Curitiba, morando de favor nas casas de parentes ou pagando aluguel. A energia elétrica do prédio invadido não foi cortada, apenas a água. Os sem-teto estão fazendo comida no local e dormindo no edifício desde sábado último.

Cohab recebe grupo de moradores

A Companhia de Habitação (Cohab) de Curitiba busca um acordo com moradores de três áreas na capital, e de uma ocupação em Contenda, na Região Metropolitana. Ontem, a presidente da Cohab, Teresa Oliveira, recebeu mais uma comissão de moradores para discutir de que forma as áreas poderão ser regularizadas. As reuniões com moradores foram agendadas depois que um grupo de cerca de cinqüenta pessoas fez, na semana passada, uma manifestação em frente à Prefeitura.

De acordo com Teresa Oliveira, na vila Sandra I, que faz parte do Campo Comprido, as famílias se instalaram em uma área do município. “Já iniciamos a fase de regularização”, disse. Já na vila Três Pinheiros, em Santa Felicidade, o processo não deverá ser tão simples, pois as famílias ocuparam algumas áreas de proteção ambiental do Passaúna. Além de ser irregular, a área é acidentada e desfavorável para habitação. Complicada também é a situação das famílias que invadiram uma área no Santa Cândida. O local foi cadastrado como bosque na Prefeitura, e o proprietário poderá pedir a qualquer momento a reintegração de posse. “Esse local tem poucas chances de ser urbanizado, mas vamos tentar encontrar uma alternativa para essas famílias”, disse.

Contenda

A presidente da Cohab prometeu visitar amanhã os moradores de Contenda. As cerca de cinqüenta famílias que foram instaladas no loteamento Itaperuba, em setembro de 2001, foram retiradas de uma ocupação na Vila Audi, em Curitiba. Segundo Teresa, a Prefeitura não tinha obrigação de relocar as famílias, pois elas foram despejadas por estarem irregularmente na área. Até hoje os moradores não pagaram pelos lotes, e agora a Cohab pretende cobrar uma prestação mensal de R$ 25,00, durante dez anos.

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