Cerca de 130 famílias de sem-terra voltaram a ocupar a fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Ponta Grossa, no Sul do Paraná. E desta vez tiveram o apoio do governo do Estado, que pretende montar no local um assentamento provisório, onde ficariam por cerca de dois anos recebendo orientação sobre agricultura orgânica. A assessoria da Embrapa em Brasília não foi encontrada na tarde de ontem.
O retorno ao local que já tinha sido invadido em maio aconteceu na noite de terça-feira, com acompanhamento do secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social e coordenador da Comissão de Mediação de Questões Fundiárias, Padre Roque Zimmermann. Segundo ele, as questões jurídicas e burocráticas sobre a propriedade vão se resolvendo “no andar da carruagem”.
A Superintendência do Incra informou que está conversando com a Embrapa para compra de parte da terra. A propriedade da Embrapa tem 4,2 mil hectares, mas quase 3 mil são utilizados em comodato pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
20.ª desocupação
A Secretaria da Segurança Pública do Paraná deocupou pacificamente mais uma fazenda. Na manhã de ontem, cinqüenta policiais do 3.º Batalhão da PM, em Pato Branco, foram à Fazenda São Manoel, em Coronel Domingos Soares, para cumprir mandado de reintegração de posse. Com mais esta, o governo chega à 20.ª desocupação pacífica de terras do ano, incluindo três áreas urbanas.
Uma equipe das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone) permanece na área para manter a ordem e a tranqüilidade.