Cerca de 200 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) ocuparam ontem a praça de pedágio da concessionária Rodovia das Cataratas no quilômetro 569 da BR-277, no município de Cascavel. Eles chegaram por volta das 7h30 e abriram todas as cancelas, liberando a passagem dos veículos. Os manifestantes deixaram o local somente no final da tarde.
"Estamos lutando por oito pontos de reivindicações. Os principais pontos são a revogação da medida provisória que determina que áreas ocupadas somente podem ser revistas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) depois de dois anos; e a correção do índice de produtividade que está ultrapassado. É de 1975", explica a coordenadora estadual do movimento, Jocélia de Oliveira Costa.
De acordo com ela, a ação faz parte de uma série de atividades iniciadas em maio pelo MLST em nível nacional. Na região, já é o segundo ato. O primeiro aconteceu em Lindoeste, quando um novo acampamento, com 170 famílias, foi montado em frente à fazenda Jaborandi. A intenção dos manifestantes é chamar a atenção tanto do governo federal quanto do Incra.
Sede
Foto: Rodrigo Accorsi/Jornal de Beltrão Incra de Francisco Beltrão ficou fechado ontem de manhã. |
Em Francisco Beltrão, já faz dois dias que cem integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do assentamento João de Paula, de Renascença, ocupam a sede do Incra no município. O motivo é pressionar o órgão para que tenham, entre outras reivindicações, crédito, agilidade no processo de concessão de terra e também parcelamento dos lotes.
Quanto à assinatura dos contratos de concessão, o Incra informa que o processo está um pouco demorado porque o sistema está mudando. Antes eram feitos termos de compromisso, que exigiam menos dos assentados, mas agora, com a concessão de uso, é necessário um período de adaptação. Quanto ao parcelamento dos lotes, exigidos pelos manifestantes, o Incra informa que depende de um plano de desenvolvimento do assentamento, que ainda não foi feito e encontra-se em fase burocrática. Em relação ao pedido de liberação de crédito, o órgão alega que somente pode ser liberado após finalizado o plano de desenvolvimento.
Ontem pela manhã, o órgão permaneceu fechado. Após o meio-dia, o atendimento foi normalizado. Porém, até o final da tarde, os sem terra ainda não tinham deixado o prédio.