Foto: Marcos Machado/Jornal Hoje

Os sem terra deixaram o escritório do Incra durante a tarde.

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Cerca de 150 integrantes do Movimento de Libertação do Sem Terra (MLST) ocuparam ontem o escritório avançado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Cascavel, oeste do Paraná. Eles pediam mais agilidade no processo de assentamento das 450 famílias acampadas na região, além de cestas básicas. A saída dos sem terra só aconteceu depois de uma reunião em Curitiba, à tarde, em que o superintendente do instituto, Celso Lisboa de Lacerda, teria prometido aos líderes do movimento dar continuidade a um dos processos de compra de terras na região.

A ocupação começou por volta das 7h30, quando os sem terra bloquearam os portões e impediram a entrada dos servidores e estagiários. Inicialmente, apenas a chefe da unidade local, Fiorinda Martins Pezzatto, e mais dois funcionários tiveram acesso ao prédio. Por volta das 9h30, os manifestantes liberaram os portões aos demais trabalhadores em troca do uso de banheiros e água. O atendimento ao público, entretanto, ficou suspenso durante todo o dia.

Segundo o coordenador nacional do MLST, Joaquim Ribeiro, a ocupação serviu para pressionar o Incra. ?Não têm acontecido assentamentos há um bom tempo no oeste?, disse. Mas considerou satisfatória a negociação: ?O Incra se comprometeu a resolver alguns pontos de maior tensão na região até o final do ano?. Por volta das 16h30, depois de obter o aval de Ribeiro, as famílias deixaram a unidade de Cascavel.

O Incra negou ter prometido datas, mas disse ter garantido ao MLST que procurará ainda hoje o proprietário de duas áreas que estão em negociação desde 2005 (Piquiri 1 e 2) para fazer proposta de preço, levantado em avaliação prévia. A área pode comportar até 70 famílias. As restantes, diz o órgão, terão de continuar aguardando pelos trâmites de compra e desapropriação, que totalizam 80 em todo o Estado. Já as cestas básicas começarão a ser distribuídas a partir do próximo dia 17. As mesmas são financiadas pelo programa Fome Zero.

MST

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Em Primeiro de Maio, norte do Estado, cerca de uma centena de sem terra continuam acampados na fazenda Coopersucar desde sexta-feira. Apesar de os proprietários já terem conseguido reintegração de posse na Justiça, eles se recusam a sair do local e garantem que vão recorrer da decisão. Segundo Anísio Cardoso, um dos coordenadores do grupo, parte das famílias trabalhava na fazenda e a ocupação aconteceu porque os donos estariam devendo salário aos agricultores.