Cerca de 150 famílias de sem-terra (segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) ocuparam na madrugada do último sábado a Fazenda Palmeira, em Reserva, a 225 km de Curitiba. O proprietário Renato Antônio Yamasita entrou com pedido de reintegração de posse, mas até a tarde de ontem a Justiça ainda não havia se pronunciado.
Há uma semana, o governador Roberto Requião anunciou a formação de uma comissão para estudar uma solução para o problema fundiário no Estado. Ele pediu trégua nas invasões. Um dos coordenadores do MST na região, Adenilson Rizzo, disse que a ocupação foi um “ato isolado” desse grupo que estava acampado a 5 km da fazenda havia 120 dias. “Espero que isso não quebre o acordo”, disse.
Os trabalhadores alegam que a propriedade, que tem cerca de 300 alqueires, é improdutiva, com “umas vinte cabeças de gado de um arrendatário”. Já o proprietário afirma desenvolver projetos de produção orgânica na área. A PM informou que a situação está tranqüila e que alguns funcionários permanecem na sede da fazenda, sem serem incomodados pelos sem-terra.
Vizinha à Fazenda Palmeira fica a Fazenda Marçal, que pertence ao Exército. O coordenador local dos sem-terra disse que tinha percebido movimentação na fazenda. “Eles (soldados) formaram uma barreira”, afirmou. O oficial de Comunicação Social da 5.ª Brigada de Infantaria Blindada, de Ponta Grossa, major Eduardo Lopes e Silva, disse que a tropa está fazendo uma instrução de rotina, agendada com antecedência. “Apenas coincidiu com essa ocupação”, acentuou.