Sem terra invadem fazenda da massa falida da Olvepar

Cerca de 1,5 mil pessoas ocuparam na madrugada de ontem a Fazenda Pinho Fleck, no município de Honório Serpa, no Sudoeste do Estado. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), essas pessoas seriam as mesmas que estavam na Fazenda Campo Real, no município de Candói, até a última quinta-feira.

A Sesp fez a reintegração de posse da área e as famílias foram encaminhadas para o município de Clevelândia. Entretanto, algumas delas desviaram e acabaram ocupando a nova área, que tem cerca de 500 hectares e pertence à massa falida da Olvepar. Os invasores chegaram em 64 caminhões.

Segundo a Sesp, as famílias são todas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Um dos coordenadores estaduais do MST, José Damasceno, não confirmou, mas também não desmentiu a presença do movimento no local. “Provavelmente seja. Eles saíram de Candói e pelo desespero, por estarem precisando de terra, acabaram ocupando a outra fazenda. Mas não havia nenhuma orientação da coordenação estadual para que isso acontecesse”, revelou.

Segundo o MST, existem 15 mil famílias acampadas no Estado esperando pela reforma agrária. A meta do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é assentar 3 mil famílias até o final do ano. Segundo a Sesp, desde o início de 2003, já foram realizadas 78 reintegrações de posse, todas de maneira pacífica.

Investigação

O secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, designou ontem a delegada Daise Terezinha Dorigo Barão, da Subdivisão de Guarapuava, especialmente para investigar e identificar os sem terra responsáveis pelo saque e depredação da casa sede da Fazenda Campo Real, em Candói. A casa foi destruída e objetos roubados logo depois que os sem-terra exigiram que a Polícia Militar ficasse apenas na entrada da fazenda, controlando a desocupação que começou na quarta-feira. “Essa situação é inadmissível. Determinei a apuração e quero a identificação dos responsáveis para que eles sejam punidos de acordo com a lei”, disse Delazari. O secretário ainda anunciou que, a partir de agora, todas as novas desocupações serão precedidas de uma vistoria prévia na propriedade, com a presença de oficiais de Justiça.

Pelo menos 15 nomes de integrantes do MST que ocupavam a área já estão com a delegada para investigação. Daise explicou que eles foram coletados com testemunhas da depredação, vizinhos e policiais militares. O dono da fazenda e todos os funcionários da propriedade serão ouvidos pela delegada.

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