Sem terra fazem reféns no Oeste de Santa Catarina

Seis pessoas, entre elas uma criança de seis anos, permanecem desde ontem como reféns de agricultores sem terra na sede da Fazenda Esperança, no município de Abelardo Luz, Oeste de Santa Catarina, divisa com Clevelândia, Sudoeste paranaense. A área de mil alqueires já havia sido ocupada e desocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anteriormente.

Há dez meses, cerca de cem famílias sem terra retornaram, permanecendo num dos extremos da fazenda. “Hoje (ontem) eles resolveram invadir a sede da fazenda, fazendo os funcionários reféns. Até o momento eles ainda não pediram nada”, disse a nora do proprietário, Juliana Rocha Podolan Martins.

Juliana contou que a fazenda tem uma entrada por Clevelândia e outra por Abelardo Luz. Entretanto, todo o registro de imóveis é feito em Santa Catarina. “Por isso a Secretaria de Segurança do Paraná não pode fazer nada. Enquanto isso, a secretaria catarinense não faz porque não quer”, reclamou, destacando que há mandado de reintegração de posse e comprovação da produtividade da fazenda, e mesmo assim, ninguém tira os sem terra de lá.

Referência

Segundo Juliana, a fazenda é uma referência na criação de gado charolês, além de produzir soja, milho e aveia. Ela reclamou que nos últimos dez meses houve muito prejuízo causado pelos sem terra. “Vinte e oito bovinos foram mortos”, contou.

Juliana, que é esposa do presidente da Associação Catarinense de Criadores de Charolês, Manoel Lustosa Martins Neto, destacou que a chácara de Manoel, vizinha à Fazenda Esperança, também foi alvo dos sem terra. “Quando eles invadiram a fazenda também entraram na chácara e levaram um trator”, contou.

Inicialmente acredita-se que os sem terra sejam todos catarinenses. A reportagem entrou em contato com a coordenação do MST no Paraná, mas ninguém sabia informar se há trabalhadores paranaenses na fazenda.

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