A Jornada de Luta pela Reforma Agrária dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná termina hoje. Por volta das 11h, integrantes do movimento devem participar de uma audiência com o governador do Estado, Orlando Pessuti, com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e com o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Nilton Guedes. O encontro vai ocorrer no Ginásio do Tarumã, em Curitiba.
A ideia da audiência é discutir demandas do MST, como reforma agrária, continuidade de programas já existentes e questões ligadas à produtividade dos assentamentos.
Ontem e na última quarta-feira, o movimento se concentrou em reuniões com representantes do Incra-PR ao longo do dia e à noite. Durante a semana de Jornada, os sem terra tiveram audiências, ainda, com representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Banco do Brasil (BB).
Na terça-feira, o Incra divulgou uma nota explicando que o atual superintendente, Nilton Guedes, “se dedicará para o atendimento da pauta” e que a autarquia deve vistoriar este ano cerca de 35 mil hectares para obtenção de áreas.
Com isso, espera-se assentar 1080 famílias de sem-terra. O Incra também informou que vem investindo em desenvolvimento sustentável nos assentamentos, bem como em infraestrutura.
Conforme a nota, um convênio com a Emater garante a assistência técnica para mais de 11 mil famílias assentadas no Paraná, até o ano que vem. O órgão lembrou também do Programa Nacional de Educação para a Reforma Agrária (Pronera), que prevê a educação formal no campo.
Os integrantes do MST de diversas regiões do Paraná chegaram a Curitiba na última terça-feira. Eles fizeram um ato no Monumento Antonio Tavares, na BR-277, com o tema “Luta não é crime”.
Depois seguiram para o Incra, onde entregaram uma extensa pauta de reivindicações. A Jornada é realizada todos os anos em memória aos 19 sem terra assassinados no episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado de Carajás, durante uma operação da polícia, no Pará, em 1996.