Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam, ontem à tarde, o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Curitiba. A sede estava ocupada desde segunda-feira por cerca de 300 sem terra de diversas regiões do Estado que acompanhavam a mobilização nacional do movimento.
Após serem atendidos pela superintendência do Incra e explicarem item por item a pauta de reivindicação, eles deixaram o local e agora aguardam os resultados das audiências de Brasília. Uma das principais reivindicações, em nível nacional, é o cumprimento das metas do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Aqui no Paraná, é esperado o assentamento de pelo menos nove mil famílias.
?Na reunião com a superintendência, o pessoal do Incra escutou nossa pauta de negociação e agora vamos ficar no aguardo das audiências em Brasília, que já estão acontecendo, com negociações entre órgãos competentes, movimentos sociais e comissão interministerial. Desde o início das negociações, alguns pontos já foram conquistados, a nível nacional, como investimento em assentamentos, quebra do aval solidário e o início de um estudo para uma nova linha de crédito para assentados?, explica o coordenador estadual do MST, José Damasceno.
Outras solicitações são o alongamento das dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); atualização dos índices de produtividade; garantia de regularização dos atuais convênios de assistência técnica; garantia do crédito de recuperação e melhorias de infra-estrutura nos assentamentos.
A reunião de ontem pela manhã, que culminou na saída dos manifestantes do prédio do Incra, foi coordenada pela superintendente substituta Irene Coelho de Souza Lobo. Segundo ela, alguns itens da pauta de reivindicação foram explicados, mas de fato dependem uma decisão nacional. Pelo Incra, no Paraná, 68 processos de compra de áreas estão sendo analisados, assim como outras 15 desapropriações.
