A maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Paranavaí, Noroeste do Estado, fechou temporariamente na madrugada de ontem. Motivo: os médicos não estão aceitando trabalhar no local pelos baixos salários pagos.
Segundo o diretor-clínico do hospital, Otávio Siqueira Neto, faltam médicos para cumprir os plantões da obstetrícia: “Os médicos estão optando em sair do hospital por receberem cerca de R$ 800 mensais. Em outros lugares, um obstetra não ganha menos que R$ 3 mil”, contou, lembrando que quatro obstetras se revezavam 24 horas na maternidade. Mas desde ontem, apenas dois querem continuar trabalhando normalmente. “É importante lembrar que a paralisação é apenas temporária. Já estamos negociando com a Secretaria de Estado da Saúde para em breve voltar a atender, e mais à frente integrar a maternidade com o setor de anestesia e uma UTI neonatal”, explicou. A Santa Casa é o hospital referência da região. Mensalmente são feitos cerca de 120 partos no hospital.
O diretor da Secretaria de Estado da Saúde, Antônio Paulo Mallmann, explicou que o problema com a maternidade vem desde o ano passado, quando o Hospital São Paulo, ligado à Prefeitura de Paranavaí, fechou. “Foi feito um acordo com o município. O Estado ficou responsável pela estrutura e a Prefeitura em pagar os médicos”, explicou.
Secretário
Já há algum tempo dois obstetras se queixam da má remuneração. “Eu e o próprio secretário da Saúde, Cláudio Xavier, estivemos em Paranavaí negociando com a Prefeitura e com os médicos. Não foi dado o aumento, pois estávamos em período eleitoral, mas ficou tudo alinhavado para que isso acontecesse logo”, contou. Mas teria faltado paciência para dois médicos, o que acabou ocasionado o fechamento da maternidade.
Mallmann disse que até o final de semana dois novos médicos de Maringá já estarão trabalhando em Paranavaí. “Eles terão um teto melhor. Os que ficaram também serão reajustados. Quanto aos outros, vão seguir suas vidas em outro lugar”, informou.
