Sem avanço nas negociações para a convenção coletiva dos funcionários do sistema público de transporte, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) não descarta o início de mobilizações caso as empresas não apresentem alguma contraproposta. A entidade pretende chamar os trabalhadores para uma assembleia na próxima semana, já que, de acordo com a categoria, a data base estava marcada para o último sábado, dia 1.º de fevereiro.
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, reclama que já são 60 dias sem um posicionamento das empresas, apesar das tentativas de negociação. Em um vídeo publicado no site da entidade, ele destaca a necessidade de uma “luta mais acirrada” para resolver a questão. “Pedimos reunião, mas não fomos atendidos pelo sindicato patronal. Infelizmente, quando não se tem expectativas de negociação não temos outra alternativa, temos que chamar para a mobilização”, afirma. De acordo com ele, a categoria reivindica uma pauta com 76 itens, que não se resumem apenas a reajustes salariais e que já poderiam estar em debate.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sindicato das Empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou que vai se manifestar sobre o assunto hoje.
Novas ações
Enquanto os trabalhadores buscam o reajuste, as mobilizações para a regularização do sistema de transporte continuam. Depois de propor a devolução de R$ 300 milhões referentes a valores cobrados irregularmente pelas empresas e pela Urbs, o vereador Jorge Bernardi, presidente da CPI do Transporte Coletivo, afirmou que pretende entrar com uma ação na Justiça para que a tarifa seja reduzida a “valores razoáveis”.
Ele ainda pretende criar uma Comissão Especial na Câmara para intensificar os contatos com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, a Receita Federal, a OAB e o Tribunal de Contas, para acompanhar o andamento das investigações que foram iniciadas a partir do relatório da CPI.