Sem muro, colégio em Araucária sofre invasões

Os alunos do Colégio Estadual Guajuvira, no bairro de mesmo nome, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, estão enfrentando problemas durante o turno da noite. Pessoas alheias à comunidade escolar estão entrando nas dependências do colégio.

A situação mais grave aconteceu há duas semanas, quando um homem bêbado agrediu um estudante dentro da escola. O local é aberto e tem acessos facilitados pela falta de muros, e alambrados em más condições.

O Colégio Estadual Guajuvira funciona somente no período  noturno, nas mesmas dependências da Escola Municipal Rosa Pichet. São 160 alunos que estudam à noite. Na frente, existe um muro de palitos de concreto, mas não há proteção na parte de trás do terreno. Nas laterais, os alambrados estão danificados. As dependências da escola são bem amplas. ?A entrada de pessoas estranhas é freqüente. Já pegamos gente embriagada e drogada aqui dentro. Mas o ponto alto foi a entrada de uma pessoa alterada que agrediu um aluno, de tirar sangue?, relata o diretor do Colégio Estadual Guajuvira, Hamilton José Nalepa.

Foto: Daniel Derevecki
Já pegamos gente embriagada e drogada aqui dentro. Mas o ponto alto foi a entrada de uma pessoa alterada que agrediu um aluno, de tirar sangue. (Hamilton José Nalepa, diretor do Colégio Estadual Guajuvira).

A escola tornou-se referência em um bairro afastado e que não oferece muitas opções de lazer. Por isso, atrai muitas pessoas que não são envolvidas diretamente com o colégio. Além disso, problemas externos podem ser levados para a escola justamente por esta ser um ponto de referência da região.

De acordo com Nalepa, já foram enviados ofícios pedindo a proteção e também uma maior iluminação nas redondezas do colégio. Esse tipo de intervenção dependeria da Prefeitura de Araucária, pois o terreno e a escola são municipais. O diretor conta que um morador do bairro estaria disposto a doar parte do terreno para a construção do muro da escola, desde que houvesse contrapartidas em benfeitorias. A situação ainda não foi resolvida também porque estariam acontecendo problemas com o processo de doação.

A Prefeitura de Araucária informou, por meio de assessoria de imprensa, que o termo de doação do terreno para a construção do muro na Escola Municipal Rosa Pichet está pronto. Ele deve ser assinado na próxima semana pelo proprietário e, em seguida, encaminhado ao Registro de Imóveis. Após a regularização, a Prefeitura construirá o muro, para dar mais segurança aos alunos do período noturno.

A Secretaria de Estado da Educação comunicou, também por meio de assessoria de imprensa, que o colégio deve entrar em contato com o Núcleo de Educação da Região Metropolitana Sul e relatar esta demanda de adequação física. Paralelamente, o colégio também pode solicitar o atendimento da Patrulha Escolar.

Alunos têm aula em porão de igreja

Foto: Daniel Derevecki

Devido à paralisação das obras, oito turmas recebem aulas em salas embaixo da igreja.

Estudantes de outro colégio estadual em Araucária também passam por dificuldades. Neste caso, o problema do Colégio Estadual Professora Helena Wysocki é a paralisação das obras feitas na Escola Municipal Archelau de Almeida Torres. Durante os períodos matutino e noturno, no local funciona o colégio estadual. A Prefeitura de Araucária iniciou obras, mas houve empecilhos com a empreiteira em novembro do ano passado. Enquanto a situação não é resolvida, metade das turmas do colégio estadual está alojada nas dependências de uma igreja no bairro Iguaçu, na região da escola.

São oito turmas com aulas em salas embaixo da igreja. Sete deles estão nas dependências normais do colégio. A comunidade escolar tem receio sobre a continuidade da parceria entre Estado e município após a conclusão das obras, pois há um boato de que o convênio terminaria.

A Prefeitura de Araucária informou que a empresa que ganhou a licitação para as obras na Escola Municipal Archelau de Almeida Torres abandonou o serviço nos últimos dias, devido a um pedido de aditivo da obra em um valor absurdo. Após negociações, a Prefeitura conseguiu que a empresa baixasse a valor e um novo contrato foi feito. Semana que vem a empresa reiniciará as obras, que devem ser finalizadas até o final do ano. A Secretaria de Estado da Educação confirmou que as obras são municipais e desmentiu o boato de que haveria rompimento do convênio para a manutenção do colégio no mesmo local.

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