Usuários do transporte público da Grande Curitiba podem sofrer com uma possível paralisação no sistema ainda nesta semana. Quem expõe a situação é o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Curitiba e RMC (Setransp), que no último final de semana fez um apelo às autoridades municipais e estaduais para que os repasses previstos no contrato sejam pagos o mais rápido o possível. De acordo com o comunicado divulgado à imprensa pela entidade patronal, caso o pagamento não seja feito, há o risco de os trabalhadores do transporte coletivo da capital e região metropolitana ficarem sem receber o 13.º salário.
“As empresas encontram-se com sérios problemas de desequilíbrio econômico e financeiro, em função do não cumprimento do contrato do sistema que está em vigor. Se não for dada solução a esta situação, existe o risco de não ser pago o 13.º salário aos empregados. Com isso o sistema poderá ficar paralisado”, diz a nota do Setransp.
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) informa que, em caso de calote no pagamento do 13.º, possivelmente haverá paralisação. “Vamos averiguar a situação toda. Vamos marcar uma mesa redonda e, se precisar, uma assembleia. Mas há tempos que a insatisfação por parte dos trabalhadores em relação às empresas é grande”, declarou o presidente da entidade, Anderson Teixeira. Uma audiência está marcada para hoje na Procuradoria do Trabalho, entre os representantes dos trabalhadores, empresários e a Urbs.
Atrasos
Na semana passada, a prefeitura de Curitiba, através da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), enviou um ofício ao governo do Estado pedindo que sejam efetuados os repasses das parcelas de outubro e novembro do subsídio para manutenção da Rede Integrada de Transporte (RIT). As parcelas em atraso totalizavam R$ 10 milhões. Pelo convênio firmado em maio deste ano e válido até fevereiro de 2014, a Coordenação da Região Metropolitana (Comec) deve repassar, no dia 10 de cada mês, R$ 5 milhões para complementar o pagamento das empresas metropolitanas que compõem a RIT.
A Comec informou que já repassou os R$ 5 milhões referentes aos repasses do mês de outubro e que valores do mês de novembro estão atrasados, mas serão pagos até o fim de dezembro. Já a Urbs afirmou que os repasses às empresas estão rigorosamente em dia e que mesmo que não estivesse, na tarifa técnica está provisionado o 13.º dos trabalhadores.
Funcionários em estado de alerta
Entre os trabalhadores do transporte público de Curitiba, o estado é de alerta em relação a possibilidade de não receber o 13.º salário na data correta, apesar de muitos trabalhadores não saberem do possível atraso.
“Não escutei nada a respeito, mas não duvido de nada. Vamos aguardar para ver se vai ser pago. Eu acredito que vai ser pago sim, mas vamos ficar de olho. Caso atrase, com certeza vamos realizar uma paralisação”, afirma o motorista Pedro Antônio Afrísio.
Já o cobrador Norival Souza diz que não acredita em calote por parte das empresas. “Também não ouvi nada a respeito. Na verdade eu acho que é mentira. Mas tem que esperar até o fim da semana, que é o prazo pra pagamento”, diz.