Foto: Anderson Tozato

Passeata de servidores bloqueou algumas ruas de Curitiba.

continua após a publicidade

Após as últimas negociações frustradas com o comando de greve dos trabalhadores ontem, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ratificou que entra com ação de dissídio coletivo hoje de manhã no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os trabalhadores dos Correios rejeitaram a proposta salarial apresentada pela diretoria da estatal e pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, em Brasília.  

Junto com o reajuste de 3,74% e abono de R$ 400, a empresa ofereceu um aumento linear de mais R$ 10 a serem pagos em abril de 2008, além de R$ 50 em janeiro. A pauta de reivindicações dos funcionários abrange reajuste de 47,77% e aumento linear de R$ 200. ?A proposta da diretoria é ridícula. Enquanto a intransigência da empresa persistir, continuaremos em greve?, disse o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson dos Santos.

Em Curitiba, nova passeata marcou a agenda de greve dos trabalhadores na tarde de ontem. Dezenas de funcionários participaram da manifestação, que seguiu do prédio central dos Correios, na Rua João Negrão, até a Câmara Municipal de Curitiba. Na Câmara, os vereadores aprovaram uma moção de apoio ao movimento, que deve ser enviada aos Ministérios das Comunicações e do Planejamento e à diretoria regional dos Correios.

Após uma semana de paralisação, a adesão em todo o Estado continua crescendo. Segundo estimativa do Sintcom-PR, estaria em torno dos 90% a paralisação dos funcionários. ?Ontem aderiram as cidades de Cornélio Procópio, Medianeira, Rio Negro e Santo Antônio da Platina?, informou Nilson. Segundo os Correios no Paraná, a paralisação teria comprometido 45% no setor de distribuição, que corresponde a cerca de 1.300 carteiros. Dos 26 estados brasileiros, apenas Espírito Santo, Sergipe e Roraima ainda não aderiram à paralisação.

Liminar

continua após a publicidade

Devido à liminar ganha pela direção dos Correios na 14.ª Vara do Trabalho de Curitiba, os trabalhadores não podem mais fechar ou bloquear a entrada das agências. Caso o sindicato não cumpra a decisão, pode receber multa diária de R$ 50 mil. A categoria continua acampada, 24h, na frente do prédio central.

A assessoria de imprensa dos Correios no Estado informou ontem que veículos tentaram entrar no prédio e foram impedidos por integrantes do sindicato. Agressões a clientes, intimidação e constrangimento também teriam ocorrido nas agências, o que é desmentido por Santos. ?Nossa reivindicação é pacífica, jamais iríamos agredir as pessoas. Apenas conversamos com os clientes?, afirmou.

continua após a publicidade