Vigilantes da Lynx Segurança realizaram na manhã desta segunda-feira (9) um manifestação em frente à sede da empresa, no bairro Bacacheri, em Curitiba. Os trabalhadores cobram o pagamento do 13º salário. Parte deles também não recebe salário há dois meses e estão com os vales alimentação e transporte atrasados. A empresa estaria devendo os valores das rescisões de contrato de funcionários.

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“Os trabalhadores chegaram no limite máximo. Todos têm compromissos que precisam ser honrados. A empresa tem contratos com órgãos públicos, se apropriou do dinheiro e não repassou para os funcionários”, comenta João Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região.

Durante a manifestação, trabalhadores mostraram documentos que comprovam o pagamento de órgãos públicos para a empresa de segurança pelos serviços prestados nos últimos meses. Por enquanto, os funcionários realizam manifestações. Ainda não há nada sinalizando para uma paralisação. Alguns vigilantes decidiram trabalhar normalmente hoje até mesmo para garantir o emprego. Neste segmento, é frequente a permanência do funcionário no local mesmo quando há troca de empresas de segurança. Ele passa a ser contratado pela companhia que está assumindo o serviço.

Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, a empresa chamou o presidente João Soares para uma conversa no final da manhã e confirmou que não possui recursos para quitar a dívida com os funcionários. Diante disto, o sindicato repassaria a situação ao Ministério Público do Trabalho.

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A empresa Lynx atua em todo o Paraná e possui cerca de 1,5 mil funcionários no total. De acordo com Soares, os atrasos nos pagamentos vêm ocorrendo desde julho de 2010. Audiências já foram realizadas no Ministério Público do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho. “Já negociamos no Ministério Público e eles não cumpriram. Já negociamos no Tribunal e eles não cumpriram. Há pessoas que precisam receber a rescisão de contrato e não recebem”, afirmou Soares. Ele revelou que, em Londrina, o sindicato conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 400 mil de nove contratos da empresa. A Lynx teria 40 contratos no total.

O sindicato ainda denuncia que muitos vigilantes estão com o curso de reciclagem atrasado e a empresa não está pagando por isto. A reciclagem deve ser feita a cada dois anos, conforme a lei 7.102/83, segundo integrantes do sindicato. Com a reciclagem vencida, teoricamente o vigilante não poderia trabalhar e também não pode ser contratado por uma nova empresa.

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Pela manhã, um funcionário da Lynx informou que a diretoria estava reunida na sede da empresa e, por isso, não daria esclarecimentos sobre as reivindicações dos trabalhadores. À tarde, outra funcionária disse que a empresa enviaria um comunicado à imprensa até as 18h, o que não ocorreu.