Seis praças de pedágio continuam ocupadas pelos sem-terra

   Lucimar do Carmo
Lucimar do Carmo

Os manifestante liberaram a cancela. Quem passou pelas praças ocupadas
não pagou pedágio.

Onze praças de pedágio de rodovias paranaenses foram tomadas, na manhã desta quinta-feira (17), por integrante do Movimento Sem Tera (MST). As manifestações fazem parte de uma série de protestos da entidade denominada "Abril Vermelho", em alusão ao massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 trabalhadores foram mortos durante um confronto com a Polícia Militar do Estado do Pará, no dia 17 de abril de 1996.

Desde o último dia 12, o MST vem fazendo mobilizações pela Jornada de Luta pela Reformaria Agrária. Os sem-terra também protestam contra a atuação de milícias armadas no Estado.

Das onze praças invadidas, três foram desocupadas ainda durante a manhã. Ao longo da tarde, praças da Rodovia das Cataratas (na BR-277, em Laranjeiras e São Miguel do Iguaçu) foram desocupadas pacificamente. Na BR-277, que liga Curitiba ao litoral do Estado, cerca de 150 manifestantes liberaram as cancelas para que os motoristas trafegassem sem pagar a tarifa do pedágio.

Além da BR-277, cuja concessão pertence à Ecovia, foram invadidas as praças da Viapar (na BR-369, em Campo Mourão, e na BR-376, em Mandaguari), da Rodonorte (na BR-277, em São Luiz do Purunã, e na BR-376, em Witmarsum) e da Caminhos do Paraná (na BR-277, em Prudentópolis).

No Brasil

O Movimento dos Sem Terra está fazendo protestos em 14 unidades da federação. Em Ribeirão Preto (SP), 150 integrantes do movimento ocuparam o prédio da Secretaria Municipal da Educação. No município de Americana, também em São Paulo, a Fazenda Saltinho foi ocupada por mais 100 pessoas. A fazenda é utilizada pela Usina Ester para o plantio de cana-de-açúcar. Segundo informações da Polícia Militar, a região foi cercada e os acessos estão bloqueados. A Ferrovia de Carajás, no Pará, que pertence à Vale, também foi invadida. Em nota divulgada à imprensa, a empresa aponta a falta de responsabilidade por parte de "governantes, em especial no Estado do Pará, já que a invasão foi a nona em 13 meses e já era esperada".

De acordo com a assessoria do movimento, as manifestações devem durar até o final desta quinta-feira. Na quarta-feira (16), o MST já havia realizado protestos em agências do Banco do Brasil. Segundo a coordenação do MST, somente no Paraná, os trabalhadores rurais fizeram protestos em 14 agências do banco.

As informações completas sobre as ações do MST no Paraná estarão nas páginas desta sexta-feira (18) dos jornais O Estado e Tribuna do Paraná.

Com informações da Agência Estado.

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