Seis pessoas morreram nas cavas da RMC desde sábado

Basta o calor chegar para que comecem a aparecer os primeiros afogamentos nas cavas e represas da Grande Curitiba. De sábado para cá foram registrados oito casos que resultaram em seis óbitos. Com as últimas ocorrências, somam-se 65 afogamentos e 33 mortes. Os números de 2004 devem se igualar ao do ano anterior ou até ultrapassar, já que nem a primavera começou ainda.

Em todo o ano passado foram registrados 105 afogamentos com 57 óbitos ocorridos no local. Mas o número de mortes pode ser maior, já que em alguns casos as pessoas foram socorridas por populares e encaminhadas para hospitais. Nessas situações, o CB não tem o registro.

O chefe do setor de relações públicas do Corpo de Bombeiros (CB), tenente Eduardo Gomes Pinheiro, explica que as mortes ocorrem porque esses locais são impróprios para banho e também porque as pessoas superestimam a sua capacidade dentro da água.

A região de Curitiba é um prato cheio para quem pensa em se refrescar, sem levar em conta os riscos que a atividade pode oferecer. O tenente Pinheiro explica que existem muitas represas ao redor da cidade e cavas que resultaram da extração de areia. Como esses lagos foram criados de maneira artificial, eles possuem o fundo irregular surpreendendo os banhistas, além de riscos de contaminação.

Pinheiro fala que uma situação comum é as pessoas saírem para pescar e beber um pouco. Depois de alguns copos, ficam corajosos e superestimam a sua agilidade. Foi um desses casos o causador da morte de um pescador na Represa do Capivari durante o feriado.

Outra situação comum é uma pessoa pedir ajuda e a outra, sem preparação nenhuma, tentar socorrê-la. Ambas podem se afogar. Também não é raro as pessoas realizarem mergulhos em locais muito rasos. Quando não morrem, podem ficar tetraplégicos. O choque térmico e a congestão são outros fatores responsáveis por algumas mortes.

Segundo Pinheiro, o CB não mantém homens nesses locais porque o banho é proibido e a presença dos bombeiros estaria incentivando a prática. Além disso, como muitos locais são contaminados, os bombeiros também correm o risco de pegar alguma doença.

Pinheiro ressalta que a guarda municipal de Curitiba tem aumentado o trabalho de fiscalização nos parques da cidade, principalmente nas cavas do Iguaçu. ?No entanto, quando eles dão as costas, as pessoas voltam a entrar na água. Falta conscientização?, destaca Pinheiro.

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