Continua a ocupação do prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cascavel, no oeste do Paraná, por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O prédio foi ocupado na tarde da última quarta-feira quando aproximadamente 400 trabalhadores do movimento avançaram sobre o prédio do órgão de maneira pacífica, carregando bandeiras, colchões e malas. Além de Cascavel, 21 sedes do Incra em 15 estados estão ocupadas pelos sem terra. Os manifestantes exigem a aceleração do processo de reforma agrária e que o governo federal cumpra todos os sete pontos acertados após a marcha do MST à Brasília, realizada em maio.
Ontem, uma reunião onde participaram o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e representantes da direção nacional do MST terminou sem acordo. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, outra rodada deve ser agendada, mas não há data prevista.
Keno Oliveira, da liderança do MST no Paraná, afirmou que a ocupação da sede do Incra em Cascavel continua por tempo indeterminado. "Não vamos sair até que haja o cumprimento do acordo total feito com o governo federal", avisou.
Segundo o superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, que esteve ontem na capital federal, para participar de uma reunião sobre o assunto com superintendentes de todo o País, apesar da ocupação ser pacífica, esse tipo de ação atrapalha o andamento dos assentamentos no Estado. "Como não se trata de um ato com motivação regional, é difícil negociar caso a caso. A solução para a desocupação tem que vir do ministério", explicou. A Procuradoria Jurídica do Incra em Brasília já encaminhou pedido de reintegração de posse dos prédios, incluindo o de Cascavel.
