“A cidade de São Paulo conseguiu erguer suas linhas de metrô pagando o reajuste da inflação ao longo da obra. Conseguiu construir porque dá correção anual aos empresários. É isso que falta. Temos dinheiro para o metrô de Curitiba, mas lá no finalzinho, no quinto ou sexto ano, faltaria para essa correção”, explicou aos vereadores o secretário municipal de Administração e Planejamento, Fábio Scatolin, nesta quarta-feira (27), durante prestação de contas da prefeitura na Câmara Municipal. “Contudo, o metrô não está ameaçado”, respondeu.
Em resposta a questionamento do vereador Tico Kuzma (PROS), sobre como o tema é tratado com o governo federal, Scatolin adiantou que na semana passada o prefeito Gustavo Fruet esteve no Ministério do Planejamento, em Brasília.
“O prefeito tem dito que não deseja começar uma obra sem ter certeza do dinheiro para terminá-la. O entrave é que o governo federal não tem a tradição de fazer isso, de corrigir os valores, mas a conversa foi boa e serão feitas novas reuniões”, disse Scatolin, afirmando que o metrô não foi cortado no contingenciamento de recursos do governo federal.
Orçado em R$ 4,691 bilhões, o metrô de Curitiba iria do Santa Cândida ao CIC/Sul, com 21 estações distribuídas ao longo dos 22,4 km da linha. Desse valor, R$ 1,8 bilhão viria de recursos federais, R$ 1,5 bilhão da iniciativa privada, R$ 700 milhões do governo do Estado e R$ 700 milhões da prefeitura. “Há o argumento que a correção precise ser distribuída entre os entes envolvidos”, afirmou o secretário.