Durante períodos de estiagem, e com o clima quente, os casos de incêndio em áreas de vegetação aumentam no Paraná. Para evitar a perda de remanescentes florestais, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, por meio do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), promove um conjunto de ações de conscientização, educação ambiental e prevenção de incêndios.
Segundo o secretário Rasca Rodrigues, estas capacitações visam atingir não apenas técnicos e funcionários, mas toda a população que transita nestas áreas. ?Jogar pontas de cigarro, iniciar fogueiras em ambientes secos e com vento ou soltar balões de São João são atitudes que devem ser evitadas e também denunciadas por toda a população. Em caso de incêndio, recomendamos comunicar imediatamente ao Corpo de Bombeiros, Defesa Civil ou escritório do IAP mais próximo?, destacou.
Outra grande preocupação da Secretaria do Meio Ambiente é com o alto risco de incêndio, durante períodos de estiagem, nas unidades de conservação. O Paraná conta com 61 parques estaduais, todos eles equipadas com planos de prevenção, controle e combate a incêndios florestais. Para isso, técnicos do IAP oferecem treinamentos aos gerentes e funcionários das unidades, com a intenção de agilizar o trabalho de combate a incêndios e reduzir os impactos causados por eventuais queimadas. Dentro das unidades, qualquer tipo de incêndio, a não ser em caso de treinamentos devidamente autorizados, são proibidos e considerados criminosos.
De acordo com Marcos Antônio Pinto, chefe do Departamento de Unidades de Conservação do IAP – responsável pela gestão de parques estaduais – o trabalho de pronto-atendimento permite que os casos de incêndio sejam rapidamente controlados.
?As capacitações realizadas pelo IAP reforçam a importância de que existe uma estratégia definida em casos de incêndio, para que a equipe seja ágil e poupe tempo. Assim, no momento em que se detecta qualquer sinal de fogo, os dispositivos de combate são imediatamente acionados? explica.
Os aparelhos disponibilizados pelo IAP mais usados nas unidades são os abafadores e os sistemas de aceiros – valas no chão que cortam a comunicação do fogo com áreas ainda não afetadas, e que facilitam o deslocamento de equipes e veículos até as áreas atingidas. As capacitações em controle de incêndio oferecidas pelo IAP oferecem ainda noções de primeiros-socorros.
Guartelá – Um exemplo da metodologia desenvolvida pela Secretaria do Meio Ambiente, através do IAP, acontece no Parque Estadual do Guartelá. Em dez anos de existência do plano de combate a incêndios houve apenas uma ocorrência, controlada de forma dinâmica. Segundo o gerente do Guartelá, Cristóvam Queiroz, o treinamento realizado no Parque pelo Corpo de Bombeiros e IAP foi fundamental para instalar um sistema eficiente de controle e identificação de focos iniciais de incêndio.
?Estamos em alerta constante, descobrimos que é muito importante conhecer toda a área, ter um bom mapeamento do local e fazer um trabalho de observação? diz Queiroz. Ele destaca ainda o trabalho de educação ambiental realizado com os moradores de áreas vizinhas, que passaram a colaborar, denunciando pessoas que praticam queimadas. ?Com isso, o processo fica muito mais ágil, possibilitando medidas rápidas e resultados positivos? afirma Queiroz.
Canaviais ? Além dos riscos de incêndios florestais acidentais, o IAP mantém-se em alerta constante para fogo provocado. O modelo de colheita dos canaviais adotado no Estado, por exemplo, é feito através de uma queimada controlada. A área em que se localiza a cana-de-açúcar antes de ser queimada precisa de uma licença, que deve ser retirada junto ao Instituto. Esta licença, entre outras características, exige do responsável aptidão para efetivar uma queimada controlada. Juntamente com a licença uma série de orientações práticas é apontada.
Entre as exigências está o planejamento cuidadoso da operação. O proprietário deve incluir equipamentos adequados, mão de obra treinada e medidas de segurança ambiental. Deve ser realizado um aviso prévio dos vizinhos próximos sobre a efetivação da queimada controlada, e é obrigatória a construção de aceiros em torno da área queimada com um tamanho mínimo de cinco metros, para evitar que o fogo se alastre.
Já nas regiões com linhas de transmissão elétrica, a vegetação deve receber corte prévio, vigilantes equipados ao redor da área e um plano de prevenção e proteção à fauna local devem ser apresentados. Depois da licença oferecida, o IAP pode suspendê-la se as condições meteorológicas e ambientais não forem adequadas.
Mata Viva ? Com o mesmo intuito de desenvolver ações para reduzir focos de incêndios em períodos críticos, a Defesa Civil realiza o programa Mata Viva. O programa conta com a parceria de 25 órgãos, entre eles o IAP e Polícia Ambiental.
Em 2006, o programa decidiu abrir conselhos regionais que ficaram responsáveis pela discussão da melhor forma de prevenção de incêndios em cada região.Atualmente existem oito conselhos que atendem todos os municípios do Estado.
De acordo com o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, essa regionalização do programa possibilitou um melhor atendimento nos casos de incêndio. "Já pudemos observar que as áreas atingidas diminuíram, mas ainda é necessário que as pessoas se conscientizem e façam sua parte para evitar as queimadas" afirma o tenente. Em caso de emergência, o Corpo de Bombeiros deve ser chamado pelo telefone 193. Para denúncia de queimadas, a Força Verde atende pelo 0800-643-0304.