A Secretaria de Estado da Segurança Pública promoveu, na manhã de ontem, quatro desocupações pacíficas em áreas da região Sudoeste do Estado. As fazendas Três Capões, Morro Alto e Cachoeira em Clevelândia, e a fazenda Invernada das Conchas em Palmas foram as propriedades desocupadas. Elas foram ocupadas neste ano por cerca de quarenta famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MTR) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A Cachoeira, com uma área de 243 hectares, foi ocupada em setembro passado. Em 17 de outubro de 2003, os sem-terra ocuparam a Morro Alto, com 114 hectares, e a Três Capões, que possui 96 hectares. Já a Fazenda Invernada das Conchas foi ocupada em 3 de março deste ano e tem área total de 146 hectares. Todas as propriedades pertencem à massa falida da Óleos Vegetais do Paraná (Olvepar), e os sem-terra que ocuparam a área eram, em sua maioria, ex-funcionários da empresa.

Durante a operação, coordenada pelo 3.º Batalhão de Polícia Militar, de Pato Branco, mobilizou 170 homens e quarenta carros. Além disso, também houve o deslocamento de policiais militares do 1.º (Ponta Grossa), 6.º (Cascavel) e 11.º (Campo Mourão) Batalhões, além da 12.ª Companhia (União da Vitória).

Novos rumos

A Coamo, Cooperativa Agrícola Mourãoense, maior cooperativa agrícola da América Latina, firmou acordo judicial com a Rodosafra, antiga arrendatária da área de propriedade da massa falida da Olvepar, para administrar as quatro fazendas. A Olvepar está envolvida em fraudes com a compra irregular de créditos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), durante o governo anterior.

?Estamos colaborando para transformar a área de uma empresa marcada por fraudes que causaram grandes prejuízos aos cofres públicos, em uma área que agora vai começar a gerar emprego e renda em Clevelândia, Palmas e região?, considerou Luiz Fernando Delazari, secretário da Segurança Pública.

A Coamo assumiu a planta industrial da Olvepar no dia 12 de dezembro. Neste primeiro momento, a cooperativa contratou cem pessoas para realizar a manutenção do parque industrial e, até fevereiro, deverão ser empregadas mais duzentas pessoas.que trabalharão na moagem de até 1.500 toneladas de soja por dia.

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