A Secretaria de Estado da Educação pretende investir R$ 100 milhões no projeto Educação Básica e Inclusão Digital, que permitirá informatizar escolas, capacitar professores e desenvolver mais as atividades complementares. Já nos primeiros meses do ano, a secretaria abrirá licitação para a compra de 24 mil computadores, 2,1 mil servidores e para a adaptação das 16 mil máquinas existentes nas escolas.
O projeto será desenvolvido em cooperação técnica com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e os recursos vêm do Programa de Expansão, Melhoria e Evolução do Ensino Médio no Paraná (Proem), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento e Tesouro do Estado. A parceria com as entidades internacionais permitirá economia de 30% em impostos, possibilitando novos investimentos na educação regional.
Até ser totalmente implantado, o projeto, que faz parte do Paraná Digital, deverá passar por várias etapas. Entre elas estão a ampliação da rede de fibra ótica da Copel para a integração das 2,1 mil escolas da rede pública e compra de equipamentos para os laboratórios de informática. Também está prevista a capacitação dos professores para o uso da informática como ferramenta pedagógica e a manutenção do portal Dia-a-Dia Educação, para facilitar o acesso aos conteúdos educacionais.
Implantação
O portal foi lançado pelo governador Roberto Requião e pelo secretário da Educação, Maurício Requião, no começo de dezembro, para beneficiar alunos, professores e funcionários de todo o Paraná. O principal alvo do portal, por enquanto, é o professor. Além do acesso à internet, cada um terá endereço eletrônico, no total de 1,5 milhão de contas de correio eletrônico. O endereço do portal é www.diaadiaeducacao.pr.gov.br.
Com os recursos definidos na renovação dos convênios para o Proem e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento estão garantidas as condições para a implantação de todo o programa até 2006. O Paraná Digital, com o portal Dia-a-Dia Educação, foi desenvolvido em parceria com a Copel, Celepar e Universidade Federal do Paraná. Somente com a educação a Copel deverá investir R$ 140 milhões.
De acordo com o secretário Maurício Requião, o portal surgiu da necessidade de os professores terem à disposição conteúdos que facilitem a preparação e a elaboração das aulas. ?Todos os conteúdos, de todas as disciplinas da 5.ª série do ensino fundamental à 3.ª do ensino médio estão à disposição de quem precisar. Os professores também encontram sites sobre assuntos de interesse, textos, fotos, sugestões de livros, filmes, enfim, tudo que possa deixar a aula mais rica e interessante. Professores de todo o Brasil poderão trocar informações sobre temas que dominam, seja sobre Biologia da Amazônia, Química e Física da Unicamp, até pesquisas das nossas universidades federais?, descreve.
Software livre
O projeto de inclusão digital da Secretaria da Educação é baseado em sistemas de software livre. Os programas que exigem licenciamentos foram abolidos, o que permite a reutilização de equipamentos considerados obsoletos. Todos os laboratórios vão utilizar o sistema operacional Linux.
A economia de R$ 80 milhões com o uso do software livre foi o primeiro passo importante para o lançamento do projeto Paraná Digital e o conseqüente investimento inicial de R$ 50 milhões nos laboratórios desenvolvidos pela Universidade Federal do Paraná. Esse modelo de laboratório, ligado à rede de fibra ótica da Copel, permite que a manutenção praticamente seja feita à distância. A presença de técnicos no local acontecerá apenas no caso de danos aos equipamentos.
Até o final de 2004 estará pronta a primeira fase de implantação do projeto, com a instalação da rede e laboratórios em 45% das escolas estaduais. O restante deve ficar pronto até 2006. Segundo Maurício Requião, nenhum município ficará fora do Paraná Digital. A prioridade é levar a tecnologia às pequenas cidades, onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é baixo. O custo de instalação nos pequenos municípios é alto, mas o investimento é justificado pela falta de bibliotecas ou carência de acervo delas, inexistência de jornais locais e distanciamento da grande mídia.