Manaus, a capital do Amazonas, está passando por um momento muito delicado nesta pandemia, que é a falta de oxigênio dos hospitais. O insumo, que tem sido essencial para os pacientes entubados de coronavírus, está em escassez e agrava ainda mais a situação de quem está internado e precisa se recuperar da doença.
Profissionais da saúde da capital amazonense relatam que pacientes estão morrendo por asfixia, sem conseguir respirar. O drama vivido em Manaus comove todo o país e chama a atenção também de outras capitais. Afinal, Curitiba também corre o risco de sofrer com a falta do insumo?
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De acordo com o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Flaviano Ventorim, a princípio o estado está numa situação mais tranquila, já que temos uma situação de logística melhor que o Amazonas. “O que a gente tem que ter o cuidado é com os surtos e o aumento abrupto de casos. Até o momento a gente não tem relato de hospitais com dificuldade de abastecimento de oxigênio”, explicou Ventorim em entrevista ao jornal da RPC Bom Dia Paraná desta sexta-feira (15).
Na visão de Ventorim, o maior risco é com relação a festas e aglomerações. Pois num dia, a pandemia pode estar controlada e depois de 10, 15 dias pode haver uma explosão de casos e a demanda pelo insumo aumentar exponencialmente. “Por enquanto o estado do Paraná, sem relato algum de falta de oxigênio. E o que está acontecendo em Manaus, é que lá foi solicitado à Anvisa para que se diminua a pureza do nível oxigênio. Ou seja, o nível de pureza do oxigênio hospitalar é muito alto. Lá eles estão baixando para que se consiga produzir mais na única fábrica de oxigênio que existe lá”, revela o presidente da Femipa.
Oxigênio essencial
O oxigênio é considerado pelos profissionais de saúde e especialistas na área como um insumo fundamental no tratamento de coronavírus. “Não há necessidade especificamente que o paciente esteja em UTI. Os hospitais aprenderam a lidar melhor com a doença e entra com o oxigênio antes do paciente precisar de intubação. O oxigênio é usado basicamente em todas as etapas do tratamento da covid-19. Esse consumo que aconteceu em Manaus faz parte do tratamento, dos leitos de internação comuns, não só UTIs”, comentou Flaviano Ventorim.
Organização para atender todos os pacientes
De acordo com Flaviano Ventorim, os hospitais do estado, sejam públicos, privados ou filantrópicos, se organizaram para atender a população durante a pandemia. No entanto, a organização do sistema depende do número de pacientes contaminados. “A gente sempre está falando com a população para que nos ajude a evitar a disseminação da doença. Então quanto mais eficientes nós formos em evitar a disseminação da doença, menos problemas nós vamos ter”, ressaltou.
Ventorim disse ainda que os hospitais querem voltar a atender os pacientes não-covid, de outras especialidades que precisam de cirurgia. “A união da sociedade com o poder público é a melhor forma de combater a doença até que apareça a vacina. E aí então vamos ficar mais tranquilos”, salienta.
Ocupação é alta, mas estável
Atualmente, de acordo com Ventorim, a ocupação de leitos de enfermaria e UTI dos hospitais do Paraná segue alta, mas estável. “Hoje os hospitais continuam num trabalho efetivo, principalmente nas UTIs, onde os pacientes permanecem por mais tempo. Continuamos em estado de alerta, acompanhando. Como fizemos uma campanha muito forte antes do Natal e Ano Novo, a explosão de casos aqui no Paraná acabou não acontecendo como em outros estados, que perderam a noção de controle”, revelou.
Para o presidente da entidade, o papel da população em manter o distanciamento e aglomerações tem sido cada dia mais importante. “Hoje a gente está conseguindo controlar, mas de modo geral, ainda que os casos tenham aumentado, estamos sob controle. A gente agradece a população por ter entendido que o momento é crítico”, finalizou.