Os trabalhadores do setor de saúde privada de Umuarama e região, no Noroeste do Paraná, devem deflagrar a partir de hoje uma greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica um reajuste salarial de 15,39%, que deveria ser aplicado para todos os níveis profissionais. No entanto, o sindicato patronal afirma que não tem condições de pagar mais de 6,61%.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Umuarama e Região, Maria Luiza Dosso Martins, o índice oferecido pelos patrões não seria suficiente para reduzir a defasagem salarial dos trabalhadores. Segundo ela, o menor piso pago hoje é de R$ 265, e com o aumento proposto não atingia nem R$ 300. ?Esse valor é muito baixo?, disse.
Outra reivindicação dos trabalhadores é o aumento do vale-alimentação, de R$ 50 para R$ 65. No entanto, o setor patronal oferece uma majoração para R$ 58.
Na avaliação de Maria Luiza, a adesão ao movimento deverá atingir grande parte dos cerca de 1,2 mil trabalhadores do setor, em Umuarama e nas 19 cidades que compõem a região. Ela acrescenta que a ameaça de demissões e dias descontados a quem aderir à greve não deverá enfraquecer o movimento.
Sem condições
O presidente do Sindicato dos Empregadores dos Estabelecimentos de Saúde de Umuarama, Luiz Carlos Cortez Derenusson, afirmou que o índice de 6,61% oferecido como reajuste é o máximo que o setor poderá pagar. ?A crise nos hospitais é muito grande, pois não temos reajuste do Ministério da Saúde nem dos planos de saúde?, falou. Derenusson admitiu que os trabalhadores estão com os salários defasados, mas, no entanto, diz que é o máximo que conseguiram oferecer. Ele negou que haverá punições para quem aderir à greve, mas confirmou que irão ingressar na Justiça para confirmar a legalidade ou não do movimento. ?A Justiça é quem vai decidir isso?, afirmou, acrescentado que espera bom senso por parte dos trabalhadores, ?pois atuamos em uma atividade essencial e temos que ter responsabilidade?, finalizou.
