A integração entre os sistemas público e privado de saúde é tema do Encontro de Integração com o Sistema Único de Saúde (SUS), promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em diversas capitais brasileiras e que encerra hoje etapa em Curitiba. O intuito é, antes de pensar as doenças, ter como foco a promoção da saúde como mantenedora de um sistema unificado e eficiente de atendimento ao cidadão.
Para tanto, o evento estabelece um debate de ações em conjunto entre o Ministério da Saúde, prefigurado pelo SUS e a ANS, representando as operadoras de planos de saúde privados. ?Pretendemos, a partir deste encontro, estabelecer uma agenda comum entre os dois setores?, define a gerente-geral de Integração com o SUS da ANS, Rosa Lages Dias.
Nessa meta, três principais perspectivas são elucidadas. A primeira se refere às informações em saúde, de modo a traçar um perfil das necessidades de cada região. ?Se temos em uma determinada cidade muitos casos de tuberculose, por exemplo, vamos direcionar atendimentos de prevenção e combate à doença para este local, mas precisamos saber por que as pessoas estão adoecendo?, ilustra. A segunda diz respeito à regulação entre oferta e demanda dos serviços de saúde. ?É preciso verificar tanto o setor público quanto o privado para levantar as necessidades de ambos e como o compartilhamento pode ser feito?, completa Rosa. A terceira diz respeito à incorporação tecnológica, de modo a equilibrar o acesso da população, seja através do SUS ou dos planos de saúde, a equipamentos avançados e atendimento profissional qualificado.
A necessidade da unificação é visível na precariedade que tanto usuários do SUS quanto de planos privados de saúde enfrentam na hora de ativar os atendimentos. ?Não dá mais para pensar em duas coisas distintas. Precisamos de um sistema de saúde em que as pessoas sejam atendidas de acordo com as necessidades, e não de acordo com suas possibilidades de pagar ou não. Até porque, mesmo quem pode pagar encontra problemas?, disse a representante do Conselho Nacional de Saúde no evento, Lígia Bahia.
Qualificação
No dia 3 de maio, em Brasília, a ANS lança o resultado da primeira etapa do Programa de Qualificação da Saúde Suplementar. O objetivo é avaliar tanto a prestação de serviço das operadoras quanto da própria agência. No enfoque das avaliações se enquadram a atenção dada à saúde, qualidade econômico-financeira das operadoras, estrutura e operação das mesmas e a satisfação dos beneficiários. Cada segmento – medicina de grupo, seguradoras, cooperativas médicas e filantrópicas, entre outros – será analisado separadamente e uma lista será divulgada com a pontuação de cada empresa. ?É um indutivo de mudanças para melhora na qualidade dos serviços. Isso porque as operadoras têm de se transformar em gestoras de saúde, prevenindo, tratando e causando impactos na mortalidade?, define o diretor de gestão da ANS, Gilson Caleman.
