A saúde mental da população de rua foi o tema de um encontro realizado pelo Ministério Público do Paraná em conjunto com o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) e outras entidades.
Os moradores de rua enfrentam problemas nesta área, especialmente quanto ao abuso de substâncias tóxicas. Participaram do encontro representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde de Curitiba, que discutiram os projetos existentes para o atendimento desta população.
O Ministério da Saúde levou para o seminário a experiência do programa Consultório de Rua, que disponibiliza um serviço móvel para a população de rua em cidades com mais de 500 mil habitantes. No Paraná, Curitiba e Maringá já estão aplicando o projeto.
Cada Consultório de Rua conta com um médico psiquiatra e um psicólogo, além de outros profissionais das áreas da Saúde e Assistência Social. O atendimento acontece uma vez por semana. A primeira saída da equipe em Curitiba ocorreu em junho deste ano.
Segundo Cristiane Venetikides, coordenadora do programa de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, o Consultório de Rua se tornou a ponte entre os moradores de rua e o sistema de saúde.
“No dia seguinte ao atendimento na rua, a equipe continua trabalhando para encaminhar o morador de rua e preparar o serviço para recebê-lo. Tem facilitado muito o acesso”, explica. O trabalho consegue resultado quando a equipe do Consultório de Rua estabelece um vínculo com a população.
Leonildo Monteiro, representante do Paraná no MNPR, destaca que o programa tem ajudado a população de rua, mas ainda falta muito para auxiliar os moradores quanto à saúde mental.
“São anos e anos sem debate. Precisamos de uma política séria, com um atendimento sério, que encaminhe o morador de rua para tratamento e depois haja uma política de habitação. Senão, ele se recupera e vai para onde depois?”, questiona.