A saúde dos motoristas de caminhão vem preocupando a Polícia Rodoviária Federal. Em todo o País, uma vez por mês, os policiais promovem blitze nas estradas, parando os veículos e convidando os caminhoneiros a fazerem exames de visão, colesterol, medição da pressão arterial e de dosagem de glicose. Os resultados, em geral, costumam não ser nada bons.
Segundo o chefe do serviço médico da Polícia Rodoviária Federal do Paraná, Theophilo Lubasinski, o principal problema que aflige os caminhoneiros é a hipertensão: “A doença é causada por diversos fatores, como hereditariedade e má alimentação. Pode resultar em mal funcionamento do rim, acidente vascular cerebral, infarto e em uma série de outros problemas”, explica.
Depois da hipertensão, os males que mais vitimam os caminhoneiros costumam ser a obesidade, diabetes, problemas visuais e utilização dos chamados “rebites”, medicamentos que alteram o metabolismo, forçando a pessoa que os ingeriu a ficar acordada por longo período de tempo.
“Todos esses problemas podem colocar em risco a segurança dos caminhoneiros nas estradas e também dos outros motoristas”, alerta Theophilo. “Diabetes, por exemplo, pode causar mal súbito. Já os rebites, depois que o efeito acaba, podem fazer com que o motorista apague ao volante, pois o sono acumulado vem de uma só vez”.
Vida dura
Normalmente os problemas de saúde são conseqüência do ritmo de vida que os caminhoneiros levam. A maioria deles, mas principalmente os que trabalham como profissionais autônomos, costuma passar grandes períodos longe de casa e muito tempo sentados ao volante. Como conseqüência, eles ficam estressados, não se alimentam da forma correta e em horários adequados, dormem mal, não fazem atividades físicas e só procuram ajuda médica quando os sintomas das doenças já estão se manifestando. “Alguns motoristas passam até dezoito horas na condução do caminhão, sem fazer paradas. Isto é extremamente prejudicial à saúde”, finaliza o chefe do serviço médico.
