O Hospital Santa Cruz, localizado no bairro do Batel, em Curitiba, pode romper o convênio com a Unimed estabelecido em 1996. A cooperativa não confirma o fim do acordo e diz que as duas entidades estão em negociação. No entanto, O Estado entrou em contato com a secretaria do Hospital Santa Cruz, e a informação foi de que o atendimento aos usuários da Unimed se encerra no dia 6 de setembro. A direção do hospital confirma o prazo, mas se recusa a falar no assunto. O impasse gera expectativa principalmente entre os usuários do convênio que têm consultas ou internamentos agendados junto ao hospital e não sabem como será resolvida a questão.
“A Unimed, por orientação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), está discutindo modelos de parcerias com hospitais. Com o Santa Cruz, estamos numa rodada de negociação de contrato neste atual momento”, informou o diretor executivo comercial e de marketing da Unimed Curitiba, Hudson José. Segundo ele, os usuários da Unimed continuam sendo atendidos normalmente, e o hospital teria prazo de trinta dias ? a contar do último dia 11 ? para decidir se aceita ou não renovar contrato com a Unimed. “Ainda não pediram o descredenciamento”, garantiu Hudson.
Ele admitiu que os impasses são relativos a valores, mas não quis comentar o assunto. “São questões técnicas. A Unimed não divulga detalhes da negociação”, declarou.
Sobre a possibilidade de outros vinte hospitais virem a pedir descredenciamento junto à Unimed, conforme informação que chegou a O Estado, Hudson afirmou que eles podem estar no mesmo ?bloco? de negociação que o Santa Cruz, e garantiu que até agora não houve um único pedido de desligamento. “Imaginar que a revisão contratual vai levar ao descredenciamento é um exercício longe da realidade”, afirmou. “Estamos negociando.”
Discriminação
O diretor da Unimed chamou a atenção para uma prática irregular: a discriminação em relação a usuários, em detrimento de clientes particulares. Segundo denúncia, um médico cooperado com especialização em neurologia teria horário para atender, via Unimed, apenas em outubro. No entanto, caso a consulta fosse particular ? mediante o pagamento de R$ 130,00 ?, a consulta poderia ser agendada já no dia seguinte, conforme informou a secretária do médico. “Isso não pode ocorrer. Quando os médicos se credenciam, assinam contrato com a cooperativa e não podem, sob hipótese alguma, discriminar qualquer usuário”, esclareceu Hudson.
Segundo ele, a Unimed conta com o Conselho Fiscal, mas que não há corpo técnico suficiente para fazer a fiscalização in loco. Orientou, no entanto, que os usuários vítimas da discriminação formalizem o ocorrido junto à ouvidoria, através do fone (41) 3019-2000, ou pelo site www.unimed.com.br. “Por meio de denúncias anônimas ou subscritas a Unimed poderá resolver a situação”, disse o diretor.
A Unimed Curitiba conta com quinhentos prestadores de serviços na capital e região metropolitana, incluindo hospitais, clínicas e laboratórios. São 3.700 médicos cooperados em Curitiba e 400 mil usuários.
