Com 80% do total de atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba agora quer atrair pacientes particulares. Para isso, o hospital está investindo na revitalização do espaço.
A estratégia faz parte de uma reorganização interna que teve início em 2004. Por ser um hospital-escola, a Santa Casa precisa atender um mínimo de 60% de pacientes pelo SUS, e hoje o espaço ultrapassa essa exigência.
“Precisamos melhorar o padrão para que sejamos escolhidos como ponto de atendimento pelos 40% dos pacientes de convênio. Boa equipe de médicos e tecnologia nós temos, só precisamos melhorar a aparência”, acredita o provedor da irmandade da Santa Casa, Frederico Unterberger.
Entre as mudanças está a realocação dos centros de diagnósticos e uma nova entrada para o hospital, que hoje é em frente à Praça Rui Barbosa e vai mudar para a Rua Frei Caneca. Também está previsto um novo prédio, de quatro andares, que vai abrigar a parte administrativa, laboratórios e dois centros para cardíacos.
Para tantas mudanças, a Santa Casa está recebendo R$ 1,5 milhão em recursos do governo estadual e R$ 2,3 milhões do governo federal para serem aplicados na parte mais recente do hospital (a outra parte é tombada pelo patrimônio).
Nesta parte nova, a expectativa é que as obras comecem em maio e terminem no prazo de um ano, se os trâmites para liberação da verba avançarem conforme o previsto.
Na parte tombada, a Santa Casa pretende criar o Museu da Medicina, em parceria com a Associação Médica do Paraná. A instituição conseguiu, nos últimos dois anos, captar cerca de R$ 1,2 milhão, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, o equivalente a um pouco mais de 20% do valor total do projeto de restauração, orçado em R$ 5,7 milhões, o que garante o início das obras.
A restauração do prédio histórico começou pela troca do telhado e, ao todo, estão previstas sete etapas de restauração do patrimônio histórico, que deve durar cerca de três anos.
A Santa Casa possui hoje um total de 278 leitos, sendo 37 de unidade de terapia intensiva (UTI) e nove salas cirúrgicas. Por mês, são realizadas entre 600 e 800 cirurgias, além de uma média de internação de 1,3 mil pacientes.
Cianorte
A Santa Casa de Cianorte, no noroeste do Paraná, continua sob intervenção, após a suspeita de irregularidades que foram constatadas na administração do hospital. Ação proposta pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) há cinco meses pedindo a intervenção na Santa Casa foi aceita pela Justiça.
Agora, a Justiça tem até 6 de abril para decidir se a intervenção permanece ou se a Santa Casa volta para a administração anterior. Em audiência realizada no último dia 13 não se chegou a um acordo sobre a questão. De acordo com relatório produzido pelo interventor Wagner Luiz Marques, a dívida contraída e não paga pela administração anterior alcança mais de R$ 1,4 milhão.
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