A situação dos hospitais filantrópicos de todo o País é catastrófica. As instituições acumulam dívidas porque a maioria dos seus atendimentos é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cuja tabela de procedimentos está defasada. Com isso, as verbas enviadas aos hospitais não cobrem todos os custos. A Santa Casa de Misericórdia de Curitiba não foge desse panorama. Para tentar reverter a situação, foi lançado em 2006 o Programa de Preservação e Vitalização dos Hospitais da Santa Casa. O projeto também abrange o Hospital Nossa Senhora da Luz. Agora, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba quer sensibilizar a população e os empresários para ajudar no programa.
O projeto é um plano diretor para a Santa Casa. Tudo começa com a construção de um Centro Médico na Avenida Visconde de Guarapuava, que permitiria a retirada de diversos serviços da Santa Casa. Assim, a estrutura atual estaria liberada para a reestruturação do apoio diagnóstico e terapêutico. Posteriormente, está programada a melhoria no Pronto Atendimento e a construção de um prédio novo para a Santa Casa.
Mas para tudo isso sair do papel são necessários pelo menos R$ 12 milhões. Sem contar os custos com a parte de atualização tecnológica. A Irmandade Santa Casa está realizando diversos encontros com o segmento empresarial para conseguir esse suporte. Dentro do programa, as empresas podem se tornar amigas da Santa Casa, contribuindo com doações eventuais, ou irmãs da Santa Casa, ajudando com valor pré-determinado em um período seqüencial. O mesmo sistema pode ser adotado para as pessoas físicas. ?As empresas e as pessoas podem ajudar da maneira como podem. Mas precisamos muito do apoio financeiro?, destaca Álvaro Quintas, diretor-geral da Aliança Saúde Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)-Santa Casa. As empresas podem deduzir as doações no Imposto de Renda. Algumas já estão em parceria com a Santa Casa, como a Softmarketing, que recebeu ontem a diretoria do hospital para um café da manhã.
A Santa Casa de Misericórdia tem cerca de 80% de seu atendimento financiado pelo SUS. O restante é feito por convênios. ?Esse é um hospital histórico, filantrópico e da comunidade. Mas a situação está difícil, assim como em outras Santas Casas, que até chegaram a fechar as portas. A Santa Casa de Curitiba é uma referência, é da comunidade e não pode simplesmente fechar as portas. Por isso é tão importante este reconhecimento da sociedade?, explica Carlos Roberto Seara Filho, diretor-geral da Santa Casa.
Além da parte médica e de infra-estrutura, o Programa de Preservação e Vitalização dos Hospitais da Santa Casa prevê a restauração do patrimônio histórico. A Santa Casa e o Hospital Nossa Senhora da Luz foram fundados, respectivamente, em 1880 e 1903. As doações podem ser feitas por meio da Lei Rouanet. Estima-se que sejam necessários R$ 5 milhões para essa etapa do projeto. Mais informações sobre o programa pelo telefone 0800 645 1800 ou e-mail amigos.santacasa@pucpr.br.