Dois anos após o início de seu funcionamento, a ala de cirurgia bariátrica da Santa Casa de Misericórida Curitiba se transformou em referência nacional no tratamento de pacientes com obesidade mórbida.
Comandada pelos médicos Alcides José Branco Filho e Luís Sérgio Nassif, são realizadas em média entre 40 e 50 operações por mês, deste problema que é considerado pelo Ministério da Saúde como um procedimento de alta complexidade.
De acordo com Branco Filho, a unidade só se transformou em referência graças à estrutura montada. “O paciente com obesidade mórbida tem diversas dificuldades, como locomoção, uso de banheiros, entre outras coisas. Aqui tudo é adaptado para que ele possa se sentir à vontade. Nesta ala, só ficam pacientes com o mesmo tipo de problema e eles não se misturam com os outros enfermos”, garante.
O sucesso alcançado nestes dois anos não se limitou em romper divisas, mas também fronteiras. O cirurgião revela que a equipe foi convidada para fazer uma operação ao vivo em Portugal e que muitos médicos vão até este espaço para saber um pouco mais sobre a cirurgia bariátrica.
“Sempre vem colegas de outros lugares para conhecer a nossa ala. Acredito que o fato de sermos referência é bom para o Paraná, que vai se destacando cada vez mais nesta área”, diz.
Além dos cirurgiões do aparelho digestivo, o espaço conta também com cardiologistas, psiquiatras, psicólogos, endocrinologistas, anestesistas e nutricionistas no pré e no pós-operatório.
“Nós fazemos todo o acompanhamento com o paciente. De nada adianta operar o estômago se ela tem outros problemas. É comum que 30% dos operados voltem a engordar. Daí nossa preocupação em acompanhar de perto os casos para evitar que eles voltem a sofrer do mesmo mal”, admite Branco Filho.
A nutricionista e conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas da 8.ª Região (CRN8), Elizabeth Borusch Smaniotto, conta que tão importante quanto a cirurgia é o de conscientizar o obeso a não cometer os mesmos erros.
“Durante o pré-operatório o paciente deve passar por um processo de reeducação alimentar. Isso vai fazer com que ele tenha ciência de que deve trocar alimentos gordurosos e ricos em açúcar por outros saudáveis, como frutas e verduras. Essa preocupação continua no pós-operatório. Se eu percebo que o paciente não irá cumprir os protocolos cirúrgicos, eu não dou o meu aval para a operação, pois a cirurgia não irá surtir efeito”, avalia.