Santa Casa de Guaratuba enfrenta crise

Guaratuba -A Santa Casa de Misericórdia de Guaratuba está passando por sérios problemas financeiros. A entidade acumulou uma dívida de cerca de R$ 100 mil, e o hospital se viu forçado a locar o espaço de um ambulatório para um pronto atendimento particular. O quadro de funcionários da Santa Casa também vai diminuir de 50 para 42 nos próximos dias. As oito demissões são mais uma maneira de a entidade reduzir gastos.

O provedor (representante legal) da instituição, Jonas Maciel da Silva, explicou que a Santa Casa tem duas fontes de renda: os recursos provenientes de internamentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e um convênio de R$ 20 mil mensais com a Prefeitura, que está para ser renovado. “Nós arrecadamos R$ 48 mil, mas precisaríamos arrecadar no mínimo R$ 60 mil”, explicou, destacando que o ideal seria uma arrecadação de R$ 75 mil mensais. “Já nos acostumamos a trabalhar com menos do que o ideal”, revelou, ao lembrar que o problema é crônico e acontece em vários hospitais filantrópicos do País.

Silva destacou que com a falta de recursos fica praticamente impossível manter o hospital. Ele lembrou que segundo o último Censo feito em Guaratuba, a cidade perdeu população, o que interfere diretamente nos recursos passados ao hospital. “Alugamos nosso ambulatório para o Pronto Socorro Cidade. Eles vão nos pagar R$ 15 mil por três meses. Com esses recursos pagamos o 13.º dos funcionários”, lembrou, destacando que o hospital atende mensalmente 300 pessoas, com 200 internamentos, inclusive partos.

Silva afirmou ainda que existem duas soluções para a Santa Casa. “Uma delas é arrendar todo o hospital. A outra é uma parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)”, contou, destacando que são apenas hipóteses.

Situação igual em Paranaguá

Paranaguá

– A situação da Santa de Misericórdia de Paranaguá também é complicada em termos financeiros. A entidade tem uma arrecadação mensal de R$ 282 mil, mas o custo operacional é de R$ 482 mil. Esse déficit de R$ 200 mil mensais se repete há mais de dois anos.

Em 97% dos casos, os atendimentos da Santa Casa são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O provedor da entidade, Olavo Muniz de Carvalho, revelou que a Santa Casa tem dívidas com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), fornecedores e algumas pendências sobre o pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos funcionários. “Desde o ano passado estamos recebendo R$ 60 mil mensais do governo do Estado em medicamentos e insumos, o que vem nos ajudando”, revelou.

Carvalho disse que, mesmo não sendo tratado como tal, a Santa Casa de Paranaguá é um hospital regional de fato. “Atendemos a um público de 250 a 350 mil pessoas. Vem muita gente de Pontal do Paraná, além de pessoas de Morretes e Antonina”, contou. O provedor destacou que, no final do ano passado, 17 funcionários foram demitidos para redução de custos.

Sociedade

Para Carvalho, a única forma de salvar a Santa Casa é manter um bom atendimento e contar com o apoio da sociedade. “Se eu disser que tem como manter o hospital desse jeito, vou estar mentindo. Agradeço ao apoio que os funcionários vêm me dando”, disse, destacando que a sociedade já começa se sensibilizar a ajudar ao hospital. “A Cargil nos deu R$ 63 mil, com o qual pagamos 70% do 13.º salário”, disse.

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