Os cinco leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa Maria Antonieta Scarpari, no município de Goio-Erê, no Noroeste do Estado, estão fechados. A direção da instituição informa que a falta de profissionais está impossibilitando o funcionamento desse setor do hospital. Os recursos reduzidos para manutenção dessa ala da instituição também influenciaram na decisão de fechar os leitos. O problema já havia sido relatado em O Estado, numa matéria especial sobre os hospitais, publicada no último domingo.
O setor foi inaugurado em agosto deste ano, mas só poderá ser reaberto em janeiro. De acordo com a direção do hospital, para funcionar regularmente, a instituição precisaria de um corpo de atendimento com cinco médicos, três enfermeiras, fisioterapeuta e farmacêutico. “Tudo isso, junto com a manutenção dos leitos e os medicamentos caros, geram um alto custo, que o hospital não consegue arcar”, disse José Carlos, diretor administrativo da Santa Casa.
Além dos moradores de Goio-Erê, a instituição atende outros sete municípios da região. Desde o início dos atendimentos na UTI, em agosto, 32 pacientes foram tratados no local. Somente em um dos casos, um paciente de Maringá que foi internado na Santa Casa, ficou por 22 dias e gerou uma despesa de R$ 20 mil.
“Nesses casos, 80% desses pacientes saíram sem problemas da unidade. O trabalho foi feito, mas não poderíamos continuar dessa maneira até o final do ano. A despesa iria triplicar”, alegou.
Segundo a administração, a dívida do hospital no momento está controlada, em torno de R$ 8 mil. Caso os atendimentos nos leitos fossem prosseguir, o déficit poderia chegar a R$ 120 mil no final de dezembro. Um leito de UTI custa para a instituição R$ 195 diários. Esse valor é repassado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas o valor dos medicamentos e o atendimento dos profissionais de saúde não é incluído nesse repasse.
Leitos
A saída seria a liberação de outros cinco leitos para a Santa Casa, já previstos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Com o aumento das unidades, o repasse feito para a instituição subiria dos R$ 30 mil atuais para R$ 60 mil. “Com os recursos atuais, as contas aumentam e o problema continua. Não dá para continuar em funcionamento. Aumentando o número de leitos, os recursos aumentariam e daria para controlar os gastos sem prejuízos”, afirmou José Carlos.
No entanto, esse procedimento só será realizado em janeiro. Enquanto isso, os pacientes que necessitam de um atendimento em UTI terão que ser deslocados para as cidades mais próximas, como Campo Mourão e Maringá. A assessoria da Sesa informou que estará liberando a partir do início do próximo ano, cinco novos leitos de UTI para a Santa Casa, e que aguarda a identificação do procedimento por parte do Ministério da Saúde (MS).
Ponta Grossa
A Vigilância Sanitária fechou ontem a UTI da Santa Casa de Ponta Grossa. Isso porque três pacientes foram contaminados por uma bactéria. A central de leitos está tentando transferir os pacientes mais graves para outras UTI’s, mas a região enfrenta problema de falta de vagas em unidades de terapia intensiva.