A greve dos funcionários da Companhia de Saneamento e Abastecimento do Paraná (Sanepar) pode estar perto do fim. A empresa voltou atrás ontem e desistiu de pedir dissídio coletivo. Chamou os sindicatos que representam a categoria para mais uma conversa e apresentou nova proposta de reajuste salarial. Hoje pela manhã, trabalhadores de todo o Estado decidem em assembléia se aceitam o novo índice de aumento.
Desde segunda-feira, parte da categoria está com os braços cruzados. Eles resolveram oficializar a greve ontem, depois que outra reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT) não conseguiu colocar um ponto final no impasse. A Sanepar chegou a divulgar nota que estaria pedindo que a negociação fosse a dissídio, mas ontem pela manhã voltou atrás. ?Achamos melhor para os trabalhadores e para a empresa?, comentou o diretor comercial, Natálio Stica, que participou do encontro. Ele acha que a nova proposta tem grandes chances de ser aceita pela categoria. Segundo ele, a reunião ?foi muito positiva. Podemos tranqüilizar a população, pois a negociação está sendo encaminhada para bom termo. Acreditamos na responsabilidade dos trabalhadores da Sanepar, que vão continuar garantindo a prestação dos serviços de saneamento básico.?
A Sanepar está oferecendo reajuste de 3,12%, que corresponde à inflação do último ano, mais um aumento linear de R$ 55 para todos os trabalhadores. A proposta incide de forma escalonada nos salários dos trabalhadores, variando de 11,56% e 3,77% de aumento. Os maiores índices são oferecidos para os trabalhadores com salários menores. A empresa tem cerca de seis mil funcionários, distribuídos em 10 faixas salariais.
Os 1.576 trabalhadores que recebem entre R$ 651,70 e R$ 701,18 ganharão, respectivamente, entre 10,96% e 11,56% de reajuste. Para os 1.001 trabalhadores que estão na maior faixa salarial, a empresa está oferecendo entre 3,77% e 5,64% de reajuste. A empresa também está oferecendo a manutenção do auxílio-alimentação, entre outros benefícios sociais.
Para o diretor-presidente do Sindicatos dos Químicos do Estado do Paraná, Elton Evandro Marafigo, a proposta da Sanepar é boa. No entanto, ela ainda precisa ser apreciada pelos trabalhadores de todo o Estado em assembléias hoje pela manhã.
No entanto, se os trabalhadores não colocarem um fim à greve, Stica diz que a negociação deve ir a dissídio mesmo. Ele afirma que até agora a paralisação só afetou serviços não-essenciais, como os de manutenção e de atendimento telefônico, que podem ter perdido um pouca da eficiência. Durante a reunião, também, ficou acordado um calendário permanente de negociações.
Durante a manhã de ontem os grevistas permaneceram em frente à sede da Sanepar, no bairro Rebouças, em Curitiba. Cerca de 400 pessoas promoveram um apitaço de protesto.