A Sanepar apresentou ontem para a Câmara Municipal de Almirante Tamandaré a conclusão do EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental) sobre a exploração do Aqüífero Karst, que abastece a cidade. Uma das conclusões é que, para resolver os problema de rachaduras em casas e aparecimento de buracos no solo, devem ser fechados os cinco postos de extração de água no centro da cidade e passar a captar água do Rio Barigüi. No entanto, membros de ONGs afirmam que tanto a água do Karst como a do rio estão poluídas.

De acordo com membro da Ong Instituto Timonera, Valter Jhonson, a água dos dois lugares está com problemas. O geólogo João Horácio Pereira, da Sanepar, rebate dizendo que o ponto do Barigui, que será usado para o abastecimento da cidade, não está poluído. Porém, admite que a água do Karst não é totalmente pura, mas defende “a poluição é pequena se comparada aos rios”. Ele diz que é também por esse motivo que querem fechar os poços onde há concentração humana, já que foi isso que ocasionou a poluição do aqüífero. Assim, o manancial estaria preservado. Mas Valter ainda reclama que a sociedade deveria participar de modo mais profundo destes estudos e não acha seguras as informações da Sanepar.

Solo desconhecido

Os problemas provocados pelo aqüífero começaram a partir de 1990, quando se intensificou a exploração devido ao adensamento populacional. Há 10 anos, eram 10 mil pessoas e havia duas mil ligações de água. Hoje, a população está em 100 mil e há 20 mil ligações. Para dar conta de tanta gente, 10 poços foram abertos, cinco na região central e mais cinco na região de Tranqueira.

O problema é que a Sanepar não conhecia o tipo de solo e não tinha idéia dos problemas que poderiam ocorrer. Além das rachaduras e aparecimento de buracos (dolinas) houve secamento de fontes em outros lugares, como Colombo. De acordo com o geólogo João Horácio Pereira, o solo do manancial tem particularidades bem diferentes da de outros aqüíferos e eles foram aprendendo a trabalhar com ele, na medida em que foram explorando. Desde 1990, a Sanepar já indenizou 20 famílias prejudicadas por estes problemas em Tamandaré.

Para evitar que as rachaduras e os buracos continuem a aparecer, a Sanepar contratou uma empresa para elaborar o EIA-Rima, que foi entregue em junho para o IAP. O órgão deve dar seu parecer, aprovando ou não os estudos. Uma audiência pública também será realizada antes da aprovação final do projeto.

A Sanepar também precisa ampliar a oferta de água para a cidade, que já está na capacidade máxima. Além aproveitar o Barigüi, outra alternativa seria levar água de Curitiba para lá. O Aqüífero Karst abastece ainda outras cidades como Campo Magro, Tunas do Paraná, Itaperuçu , Bocaiúva do Sul e Campo Largo. O IAP também já está estudando o EIA-Rima de Colombo.

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