A infestação de mexilhão dourado no sistema de captação de água da Sanepar em Foz do Iguaçu está sob controle. Nesta semana, técnicos da empresa realizaram a raspagem mecânica das tubulações e verificaram que a quantidade do molusco permanece estável. Foram retirados cerca de 1.200 quilogramas do molusco. Se não for removido, o mexilhão pode provocar a obstrução da tubulação que transporta a água bruta até a estação de tratamento.

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A Sanepar faz o monitoramento do molusco desde 2003, quando foi identificada a presença do animal no sistema de captação de água, localizado no Lago de Itaipu. O monitoramento consiste na limpeza anual das tubulações e a contagem do mexilhão adulto. Segundo o coordenador industrial da Sanepar em Foz do Iguaçu, Nilto Pereira, "apesar de não ser prejudicial à saúde, o mexilhão pode entupir as tubulações e danificar equipamentos eletromecânicos. Se a tubulação for obstruída haverá redução na quantidade de água captada?.

Pereira considera esse trabalho importante porque possibilita identificar o comportamento do molusco e evitar que cause danos à operação do sistema. Por meio do monitoramento também foi possível identificar que o sistema de tratamento adotado pela Sanepar, principalmente em razão da aplicação do cloro, é suficiente para eliminar a incidência das larvas do molusco.

No ano de 2005 a empresa realizou, em parceria com o Lactec, uma pesquisa para controlar a proliferação das larvas do mexilhão dourado. Entre os meses de junho e agosto foi identificada uma redução considerável na quantidade de larvas. Em junho de 2005 o resultado era de 446,1 larvas por metro quadrado. Já em agosto o resultado foi de apenas 16,7 larvas por metro quadrado. Segundo Pereira, apesar da redução, ainda não se pode afirmar que o molusco está erradicado. "O que se percebe é que ele obedece a um ciclo, por isso, o monitoramento é importante para a operação do sistema de abastecimento", conclui.

Saiba mais -O mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) é um molusco bivalve originário de rios e arroios da China e sudeste da Ásia. Esta espécie foi introduzida acidentalmente na América do Sul por meio de água de lastro de embarcações. Em território brasileiro, o molusco foi identificado pela primeira vez em 1999, no Rio Guaíba, em Porto Alegre.

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Ele possui a capacidade de fixar-se em diferentes locais, que podem ser de origem natural, como troncos e vegetação aquática, ou em locais artificiais, como tubulações, válvulas, telas, engrenagens, grades e superfícies de concreto. O mexilhão dourado não compromete a qualidade da água captada ou distribuída pela Sanepar. Ele é considerado pelos técnicos com um agente filtrador e não apresenta qualquer grau de toxicidade.