O governo do Paraná vai realizar o maior programa de obras na área de saneamento, com investimentos da ordem de R$ 1,7 bilhão até o ano de 2006. O cronograma foi detalhado pelo presidente da Sanepar, Stênio Jacob, na reunião do secretariado de ontem. Somente neste ano serão licitadas 289 obras, o que representa uma média de duas licitações por dia, destacou Jacob.

O governador Roberto Requião ressaltou a importância da retomada da Sanepar como empresa pública, nos primeiros dias de sua gestão, e a resistência ao esquema de licitação, imposto pelo JBIC, banco de fomento japonês que financia o Paranasan, e que contemplava, no máximo, duas empresas. “Estamos abrindo a possibilidade de participação para 15 blocos de empresas, incluindo as paranaenses no processo”, disse o governador.

Requião também enfatizou o tratamento diferenciado que o governo federal tem dado ao Paraná na área de saneamento. O montante de R$ 1,7 bilhão inclui recursos da ordem de R$ 466,3 milhões da Caixa Econômica Federal, R$ 11,1 milhões do Ministério das Cidades e R$ 11,6 milhões do Prodetur. O maior volume de recursos é do Paranasan/BNDES, num total de R$ 508 milhões. O restante do investimento é de recursos próprios.

Segundo Jacob, esse programa de obras vai consolidar a Sanepar como empresa pública, com atuação social e ambientalmente responsável, comprometida com a universalização do acesso aos serviços de saneamento. A empresa está presente, atualmente, em 342 municípios paranaenses, que somam 8.039.000 habitantes.

Geração de emprego

A Sanepar vai criar 186 mil empregos diretos e indiretos em 2004 e nos próximos dois anos. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da companhia, Stênio Jacob, durante a reunião do secretariado com o governador Roberto Requião. As vagas serão abertas nos 660 empreendimentos que a empresa vai executar em todas as regiões do Paraná.

Além de ampliar a oferta de vagas na construção civil, as obras vão propiciar acesso aos serviços de água e de esgotamento sanitário. “É mais saúde para a sociedade paranaense, além de melhorar, significativamente, as condições do meio ambiente do Paraná. Vamos reduzir o passivo ambiental e eliminar a imagem de empresa poluidora. Até 2006, 120 empreendimentos terão reflexo direto e positivo no meio ambiente”, enfatizou Stênio.

No total, serão 328 empreendimentos para ampliação do serviço de abastecimento de água tratada e 232 de implantação ou ampliação da coleta e tratamento do esgoto sanitário. “Com isso, o Paraná terá um salto nos índices de atendimento e consolidará a posição de deter o melhor ranking nacional de cobertura no setor”, afirmou o presidente da Sanepar. Nos 342 municípios onde opera, 98% da população urbana recebe água tratada. Em 2006 este índice passará para 99%.

O maior impacto é no serviço de coleta e tratamento de esgoto. Atualmente, a empresa coleta 45%, em 2006 passará a coletar 58% do volume total de esgoto. Do que é coletado, 100% é tratado. No Brasil, apenas 34% é coletado e menos de 20% recebe tratamento. Para atingir esses números, a Sanepar definiu como meta estratégica coletar 80% do esgoto das cidades com mais de 50 mil habitantes e 65% nas cidades de menor porte. Com isso, mais 379.409 famílias serão beneficiadas com rede coletora de esgoto.

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