A mortandade de peixes no Rio Iraí pode estar ligada à interrupção da vazão da represa da Sanepar para o local. A medida da empresa foi para tentar evitar o aumento das algas que vem sendo registrado nos últimos meses. Porém, o baixo fluxo de água diminui o nível de oxigênio, aliado a este fator o esgoto e os constantes depósitos de lixo doméstico jogado pela população também teriam afetado os bagres, carás e outras espécies nativas do local que foram encontrados mortos nesta semana. Dentro de 15 dias deve sair o resultado de análise da demanda química dissolvida da água que foi coletada no Rio Iraí.
O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, visitou ontem, a Represa do Iraí para verificar os níveis de floração das algas ana baena e microcystis que causam mal cheiro e são potencialmente tóxicas para o consumo humano. A Sanepar já foi notificada sobre o problema que vem se agravando desde a segunda quinzena de dezembro.
O IAP monitora semanalmente os níveis de células por mililitro de água. O último estudo indicou a presença de 20 mil células por mililitro, isto coloca a Represa do Iraí em estado de alerta, nível 2, dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.
Política do lucro
O presidente do IAP disse que este problema é fruto de uma política que se preocupava apenas com lucros e não com o bem-estar da população. “A represa do Iraí foi projetada para controle de cheias e não para o abastecimento público. A construção do reservatório, o nível de profundidade e de manejo são propícios para a floração das algas” explica Rasca.
Além desses fatores, o clima quente e a água parada também contribuem para o aumento da proliferação de algas. O IAP alerta a população para não beber água sem ferver enquanto o problema não for solucionado.