Médicos do Hospital Evangélico decidiram entrar em greve a partir do próximo dia 12 caso não haja solução para o pagamento dos salários atrasados. Em assembleia na noite de terça-feira, os profissionais optaram pela paralisação para chamar atenção da sociedade sobre o problema. Além disso, os médicos reivindicam melhores condições de trabalho.
O Sindicato dos Médicos do Estado do Paraná (Simepar) divulgou que as dificuldades financeiras do Hospital Evangélico estão afetando não apenas os médicos, mas também os pacientes com a falta de medicamentos e insumos. Os médicos rejeitam a proposta da entidade que mantém o hospital sobre o pagamento parcelado da dívida com os profissionais somente deste ano, em setembro, outubro e novembro. Ainda restariam passivos de anos anteriores, que chegariam a R$ 900 mil.
Lei
O médico cirurgião plástico Manoel Aberto Prestes, que atua no Setor de Queimados no Hospital Evangélico, ressalta que a decisão pela greve não passa apenas pela questão nos honorários. “O atraso já é questão muito antiga, desde 2006, e vem evoluindo. Chegou no ponto insustentável. Vamos fazer de tudo para prejudicar o mínimo possível a população, principalmente a carente. Mas precisamos chamar atenção de alguma forma para esta situação caótica. Por maior que seja a boa vontade dos médicos, não conseguimos atender sem condição mínima”, comenta.
Ele confirma que o atraso de salários atinge os médicos de todos os setores do hospital. Prestes destacou que os médicos vão cumprir o que for determinado pela legislação para greve, como a manutenção do atendimento de urgência e emergência. O Evangélico e entidades ligadas à saúde vão receber comunicados informando sobre a greve dos profissionais.
Mantenedora dá outra versão
Em nota, a Sociedade Evangélica Beneficente, mantenedora do hospital, esclarece que “existem todas as condições materiais para o bom funcionamento do hospital, não tendo falta habitual de medicamentos ou produtos de qualquer natureza” e que “os repasses dos honorários têm sido feitos mensalmente, conforme compromisso assumido com o corpo clínico”. A mantenedora reconhece débitos anteriores, que começaram a ser pagos e devem ser quitados até o final do ano. Informa que tem mantido diálogo com os médicos e os órgãos públicos têm honrado os repasses. “A decisão do corpo clínico foi decisão unilateral tomada em assembléia com 10 participantes”, cita, acrescentando que confia “no comprometimento dos médicos de bem atender à população, assim como na maioria de seu corpo clínico” e aguardará a comunicação oficial do Simepar sobre a paralisação para tomar as medidas necessárias.