A sanção presidencial do piso salarial nacional dos professores vem tendo boa repercussão entre os representantes da categoria no Paraná.
A criação do piso, no valor de R$ 950 (para professores de nível médio e que realizem 40 horas semanais, sendo 1/3 deste total dedicado à hora-atividade), representa um aumento de 7,2% nos salários dos docentes da rede estadual. Entre os profissionais das redes municipais, os aumentos são variáveis.
?Atualmente, o piso inicial para 40 horas de professores do Estado é R$ 886. Com a adoção do piso nacional, serão beneficiados todos os cerca de 100 mil professores ativos e aposentados. O valor do piso irá se refletir sobre toda a tabela de vencimentos, proporcionando correção dos salários de todos?, afirma o presidente do Sindicato da Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), José Rodrigues Lemos, que esteve em Brasília acompanhando a sanção.
Nas redes municipais de educação, os valores dos reajustes serão variáveis. Entretanto, segundo Lemos, a maioria dos professores deve ser beneficiada, pois recebe salários iniciais inferiores a R$ 950. Em todo Brasil, tanto das redes estaduais quanto municipais, cerca de 60% dos docentes têm pisos com valores menores do que o sancionado.
?Queríamos um piso maior, de pelo menos R$ 1.575. Entretanto, a criação de um piso já nos deixa bastante felizes e representa uma grande vitória para nossa categoria. Lutamos pelo estabelecimento de um valor nacional desde a época do Império. A partir de agora, professores de todo País podem unificar suas campanhas salariais a partir do piso e lutar juntos por melhores condições de trabalho?, declara.
Os professores também se dizem felizes porque o presidente da República não considerou um documento elaborado pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), sugerindo o veto ao projeto de lei que instituía o piso nacional.
Com o piso nacional aprovado, os estados e municípios terão até 2010 para adequar os salários atuais do magistério ao novo patamar mínimo. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) para saber como será feita a readequação dos salários dos professores ao novo piso e como isso afetaria a folha de pagamento, mas o responsável por comentar o assunto, o diretor-geral Ricardo Bezerra, não estava disponível.