De quem é a responsabilidade de cuidar do lixo? Respondeu errado quem disse que é só da prefeitura. Acertou quem pensou que é de todos os cidadãos, que precisam aprender a reduzir a quantidade de lixo produzida por todos nós diariamente. É pra isso que, em outubro, vai acontecer a Semana do Lixo Zero (entre os dias 23 a 31), uma campanha que visa conscientizar toda a sociedade pro assunto e ensinar como fazer.

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Urgente

Simplesmente separar o lixo orgânico do reciclável e entregá-lo de forma correta aos caminhões de coleta já não basta mais. Afinal, estima-se que em poucos anos um dos aterros sanitários que atendem a Região Metropolitana de Curitiba já não terá espaço pra mais lixo. E a cidade produz todos os anos 3 mil toneladas de resíduos recicláveis e 50 mil toneladas de lixo orgânico.

Então, o que faremos? Viveremos “enterrados” em meio à sujeira?

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Opção melhor é começar a reduzir o lixo produzido e reaproveitar ao máximo desde já. Afinal, nem tudo que estamos acostumados a jogar fora é realmente lixo.

Apesar de já ocorrer em todo o mundo e em algumas cidades brasileiras há anos, esta será a primeira vez que a Semana do Lixo Zero vai acontecer em Curitiba. Mas, afinal, como reduzir a quantidade de lixo que produzimos em casa, no trabalho, nas ruas?

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Plásticos e isopor em frutas e verduras são desnecessários. Foto: Gerson Klaina.

Embalagens demais

Mais importante que reciclar é reaproveitar o lixo de alguma forma ou reduzir a quantidade. Alguns países europeus, com a Alemanha e a Dinamarca, conseguem reutilizar 90% do lixo e mandam apenas 10% pros aterros sanitários.

“Hoje temos um desperdício muito grande de alimentos. Os utensílios descartáveis estão com acesso muito mais facilitado. Até então, nos foi passado que está tudo bem em consumir e descartar. Os mercados, por exemplo, nos colocam um formato de consumo que estimula isto. As prateleiras estão cheias de produtos embalados, até as frutas e verduras que não precisariam disso”, alerta Jéssica Pertile, representante em Curitiba do Instituto Lixo Zero, que tem sede em Florianópolis (SC).

Sua parte

Os maiores problemas estão nas embalagens descartáveis. Como exemplo, está a garrafinha de água de 500 ml, que pode ser comprada em qualquer esquina, ou o copo plástico ao lado dos bebedouros.

As pessoas consomem uma garrafa e um copo a cada vez que vão tomar água. “Por que não adotar o copo de vidro ou caneca no trabalho? Por que não pegar aquela garrafa de água e reutilizar várias vezes, enchendo com a própria água da torneira?”, questiona Jéssica.

Iniciativas de redução

Muitas pessoas e empresas já se deram conta de que precisam reduzir a quantidade de lixo. Uma delas é a designer gráfica Cristal Muniz, que criou o blog www.umanosemlixo .com. O objetivo dela é encontrar forma de viver sem produzir lixo (ou reduzi-lo drasticamente) e compartilhar suas experiências. Até mesmo absorvente menstrual ela não usa mais.

O supermercado Pão de Açúcar tem várias ações sustentáveis. Uma delas é o Caixa Verde, que é uma urna que fica ao lado dos caixas e onde as pessoas podem, na hora da compra, descartar embalagens de produtos (a caixinha da pasta de dentes, por exemplo). A Neodente, fábrica de produtos odontológicos instalada na CIC, reduziu o tamanho dos manuais de instrução de seus produtos (alguns estão apenas na internet). É uma economia de sete milhões de folhas gastas, impressão e grampo pra fixação.

Poderia ser bem menos

Curitiba tem v&aa,cute;rios programas de gestão do lixo, como a coleta de recicláveis, o Câmbio Verde (que troca objetos recicláveis por alimentos), as estações de sustentabilidade (em que as próprias pessoas descartam o lixo já separado por elas mesmas), e as campanhas do Dr. Sigmundo, que visam conscientizar não só pra reciclagem, mas também pra redução e reutilização.

E o isopor?

Muitos já devem ter reparado que a coleta de lixo reciclável passa, recolhe todos os sacos e algumas vezes deixa o isopor de lado. A Tribuna telefonou à Central 156, da prefeitura, que explicou que o isopor é considerado material reciclável. Se ele for devidamente descartado na lixeira, nos dias da coleta, não há por que o caminhão não recolhê-lo. Caso isto ocorra, o cidadão deve ligar ao 156 e abrir uma reclamação.