O metalúrgico aposentado Alinor Tomaz Vieira conseguiu na Justiça Federal o direito à desaposentadoria. Após aposentar-se inicialmente em 1983, continuou trabalhando e contribuindo com a Previdência Social até 2001. No ano passado ele pediu a concessão de nova aposentadoria com valor maior, por ter continuado a contribuir. O benefício, que é de R$ 697, deve chegar a R$ 2.771 a partir do mês que vem.
Segundo a assessoria jurídica do Sindicato Nacional dos Aposentados, que está cuidando do processo, além do aumento na aposentadoria, Vieira também receberá mais R$ 29 mil daqui a 90 dias. A bolada é referente aos meses desde o ingresso da ação, em janeiro de 2012, até a decisão proferida em março deste ano pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), em Porto Alegre.
Alinor, agora com 80 anos, está muito contente com a grana que em breve estará no seu bolso e vai poder realizar antigo desejo da esposa. “Com esse dinheiro vou poder levar minha mulher para fazer um cruzeiro”. O aposentado também planeja investir mais na diversão dos netos e bisnetos.
Para José Eduardo Quintas de Mello, advogado especialista em direito previdenciário, as pessoas devem buscar seus direitos com a ação de desaposentadoria. Porém, alerta quanto à escolha do profissional. “Muito cuidado na escolha do advogado, procure alguém que tem experiência no assunto”.
Mello destaca que na Justiça do Trabalho, caso a pessoa volte a trabalhar pode entrar com ação nova. “Já na desaposentadoria, a pessoa que está buscando seus direitos não vai trabalhar por mais tempo, não conseguirá fazer tudo de novo. É a ação de uma vida, se houver erro, será irreparável, pois esses anos com certeza não vão voltar”.