Os moradores do edifício de alto padrão Don Gerônimo, na Zona 7, em Maringá, acordaram com um susto na madrugada de ontem. Por volta da 0h30, as sacadas de um lado do prédio, de 15 andares, desabaram.
Não houve vítimas. O incidente pode ter acontecido por causa da marquise que cobria a varanda do último andar. A estrutura não teria suportado a chuva da noite de domingo.
De acordo com alguns moradores, com o peso da marquise, o piso da varanda também cedeu, causando um “efeito dominó” sobre as sacadas. Desde ontem, a Defesa Civil do município, que interditou as áreas danificadas dos apartamentos e a entrada do prédio, busca as possíveis falhas que culminaram no desabamento.
Após uma vistoria inicial para verificar se haveria riscos de mais desabamentos, o Corpo de Bombeiros liberou o acesso dos apartamentos aos moradores por volta das 2h30. Além da entrada do edifício, os entulhos também atingiram parte da garagem.
A Defesa Civil deverá apresentar um laudo, que será feito em conjunto com o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), dentro de 30 dias. De acordo com o gerente regional do Crea-PR em Maringá, Edgar Tsuzuki, o objetivo é definir como o incidente aconteceu e verificar se houve imperícia.
“Temos que ter cautela ao falar de punição porque a imperícia precisa estar bem característica.” Neste caso, segundo ele, o responsável pela obra pode ficar sujeito a medidas que vão desde uma advertência até suspensão do registro profissional.
Tsuzuki explica que o incidente pode ter sido causado por falhas de projeto e execução. “Pode, inclusive, ter sido causado por falta de manutenção, o que isentaria os construtores de qualquer responsabilidade”, explica.
Já o capitão Jorge Inácio da Silva, do Corpo de Bombeiros, não afasta a possibilidade de o desabamento ter como causa problemas de infiltração na estrutura de concreto ou na armação de ferro do prédio.
Segundo ele, a segurança do local foi atestada porque não havia rachaduras ou colapso de colunas. Até o final da tarde de ontem não havia sido confirmado pelo Crea ou pela Defesa Civil o nome da construtora responsável pelo edifício.
No entanto, conforme informações de moradores, seria a construtora Sisa. A reportagem entrou em contato com a empresa, mas a atendente informou que o responsável não estaria no local para confirmar a informação.
Temor
Mesmo com o aval do Corpo de Bombeiros teve gente que não retornou para o próprio apartamento. Foi o caso de Daniela Spegiorin, 31 anos. Ela e o marido passaram a noite em um hotel.
“Foi como uma seqüência, com um estouro a cada meio segundo”, descreveu o desabamento. O edifício Don Gerônimo fica na Rua Visconde de Nassau, tem 12 anos e abriga 126 moradores em seus 30 apartamentos.