O governador do Paraná, Ratinho Jr, reforçou nesta quarta-feira (19) a confiança na vacina russa do coronavírus, muito criticada pela comunidade científica por não passar por todas as etapas de testes antes de ser produzida. O governo do estado fechou parceria com o governo russo para pesquisa, produção e distribuição da vacina Sputnik V. Entretanto, no Brasil, ela só deve ser utilizada em 2021.
Segundo Ratinho Jr, apesar de uma possível resistência da população e até das autoridades sanitárias neste momento com a vacina russa, a imunização é uma alternativa para o fim da pandemia. “A Rússia tem um histórico de inteligência muito grande e de eficiência nesta área de bioquímica e biologia”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta quarta. “Quanto mais vacina tivermos, melhor. Até porque para se ter volume de produção de 200 milhões de doses, que é o que o Brasil precisa, só um laboratório não dá conta”, avalia o governador.
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O governador também comentou da guerra pela vacina no cenário geopolítico. “É importante registrar que existe um jogo geopolítico e econômico no processo. Estamos falando de bilhões de dólares para quem conseguir achar a solução da vacina para a população mundial o mais rápido possível. E essa parte oriental do mundo não é muito de fazer média com a OMS [Organização Mundial da Saúde], de ficar dando explicações para a OMS. Eles tocam a vida deles, têm suas legislações específicas e vão avançando. Quanto mais vacina tivermos, melhor. Até porque para se ter volume de produção de 200 milhões de doses, que é o que o Brasil precisa, só um laboratório não dá conta”, concluiu.
Russos no Brasil
Na entrevista à Rádio Bandeirantes, Ratinho Jr afirmou que o governo de Vladimir Putin pretende enviar doses para os cidadãos russos que moram no Brasil já a partir de outubro, junto com a vacinação que começa na Rússia. “Algo que me deixou esperançoso: tenho uma vizinha russa, casada com brasileiro, que mora aqui há alguns anos. O governo russo já entrou em contato com ela dizendo que a partir de outubro vão mandar vacina para ela e para todos os cidadãos russos que moram no Brasil. O governo russo não faria isso se a vacina não estivesse bem avançada”, comentou o governador na entrevista.
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Ratinho Jr reafirmou, no entanto, que a possível produção da vacina russa no Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) só deverá ocorrer caso todas as fases de testes e protocolos forem aprovadas na metade de 2021. “A gente tem sido muito conservador nos cronogramas. Conseguimos formalizar essas parcerias e agora entramos no aspecto burocrático, do acompanhamento da Anvisa, dos testes necessários, de toda a legislação brasileira, que é muito rígida. E tem que ser rígida mesmo, para que a gente possa ser uma alternativa”, enfatiza o governador.
“Passando por todas essas fases, a gente acredita que, no primeiro semestre de 2021, conseguindo todas as aprovações, a gente consiga colocar esse volume de vacinas à disposição do Ministério da Saúde”, finaliza o governador do Paraná.