Rua do Boqueirão vira pista de corrida à noite

As pessoas que moram ou trabalham na Rua Cristiano Strobel, no bairro Boqueirão, em Curitiba, precisam conviver diariamente com os vários acidentes que ocorrem na via. Eles são causados pela imprudência de alguns motoristas, que não respeitam os limites de velocidade, cruzamentos, sinaleiros e até mesmo os pedestres.

Segundo dados do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), o cruzamento da Rua Cristiano Strobel com a Rua Waldemar Loureiro de Campos ocupa o sétimo lugar no ranking do número de acidentes. Foram registrados sete sinistros, entre janeiro e abril de 2004, sem contar as queixas computadas na Secretaria de Acidentes de Trânsito do BPTran.

Há cerca de dois anos, a rua foi totalmente reformulada com novas calçadas e reestruturação do asfalto, que deixou a pista sem buracos ou ondulações. Desde então, os motoristas imprudentes trafegam pela rua em alta velocidade e promovem rachas na madrugada.

Neuza Rocha Friesen, proprietária da loja Cestaria de Vime Avenida, na esquina da Cristiano Strobel com a Waldemar Loureiro de Campos, conta que os acidentes no local são graves, na maioria das vezes. “Não são batidas pequenas. Muitas delas acabam em morte ou deixam pessoas feridas gravemente”, afirma.

O estabelecimento já foi alvo três vezes dos motoristas descuidados. “Na última vez, o carro desgovernado, depois de tentar um cavalo-de-pau, passou pelo muro, bateu na parede e também danificou o toldo”, explica Neuza. Só o reparo da cobertura custou R$ 380. De acordo com ela, os prejuízos não foram ressarcidos em nenhuma das ocasiões.

A proprietária, que também mora na mesma rua, já perdeu a conta de quantos acidentes presenciou depois da instalação da loja, há quatro anos. Durante o dia ou de madrugada, ela e o marido ajudam as pessoas feridas nos acidentes. “Mesmo sabendo que estão errados, nós tentamos ajudar no que podemos”, comenta Neuza.

Segundo Carla Simone Alves, que trabalha em uma loja na região, é impossível atravessar a rua nos horários de pico, principalmente no final da tarde. “Os motoristas vêm em alta velocidade e não respeitam o pedestre em hipótese alguma, mesmo vendo que estamos atravessando”, conta. A comerciante Lizete da Silva Rosa diz que os motoristas não respeitam as vias preferenciais. Apenas buzinam e passam pelo cruzamento, mesmo com o sinaleiro. “Por incrível que pareça, esta semana ainda está calmo, sem nenhum acidente”, observa.

Procura

Os moradores e comerciantes procuraram a Prefeitura na época em que a rua estava sendo reformada. A falta de sinalização durante a obra estava provocando muitos acidentes. Depois dessa etapa concluída, os órgãos públicos não foram solicitados. As pessoas atingidas pelo problema acreditam que a instalação de lombadas eletrônicas e radares em alguns trechos da rua pode amenizar o problema.

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