A discussão a respeito da instalação de câmeras de segurança na Rodoferroviária de Curitiba veio à tona depois que o corpo da menina Rachel Genofre, de 9 anos, foi encontrado dentro de uma mala nos corredores do local. O crime aconteceu em novembro do ano passado.
Movida pela comoção que o fato causou, a Urbanização de Curitiba (Urbs) resolveu apressar os trâmites burocráticos e fez um projeto para o circuito de TV. No entanto, a licitação para a escolha da empresa que deveria instalar as câmeras foi suspensa no último dia 19.
O motivo, segundo o diretor da Urbs, Marcos Isfer, foi que algumas empresas que participavam do processo questionaram alguns pontos técnicos do documento, como por exemplo o tipo de cabos e câmeras que seriam utilizados.
Desta forma, a rodoferroviária segue sem câmeras e conta com homens que fazem a segurança patrimonial do local, além da Polícia Militar, que também deve fazer rondas ostensivas na região. No local, as opiniões a respeito da segurança se dividem.
“É um absurdo um lugar desses não ter um policial pelo menos. Não se vê segurança por aqui”, reclamou o aposentado Ricardo Pedro dos Santos, que mora em Paranaguá, no litoral, e vem pelo menos uma vez por mês para Curitiba.
A aposentada Terezinha dos Santos tem a mesma opinião. “Tenho medo de vir aqui à noite. Acho perigoso”, comenta. Já a comerciante Tatiana Rocha, que trabalha na rodoviária há dois anos, diz que raramente vê crimes no local.
“Acho que a segurança privada funciona bem”, disse. Mas quando o assunto são as câmeras, as opiniões são unânimes: todos gostariam que elas fossem realidade. “As câmeras espantam os criminosos”, disse o motorista Cícero Batista de Souza.
O presidente da Urbs garantiu que uma nova licitação deverá ser feita nos próximos dias, e que no máximo em dois meses as câmeras serão instaladas. “O projeto antigo será aperfeiçoado. Os problemas relatados pelas empresas na licitação que foi suspensa poderiam trazer problemas jurídicos muito difíceis futuramente”, afirmou.
O projeto antigo previa a instalação de 37 câmeras externas e 69, internas, distribuídas nos blocos e nos estacionamentos. O projeto novo deve manter a mesma quantidade. Nos pontos de táxi já há câmeras de monitoramento.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que não tem estatísticas sobre as ocorrências em locais específicos, como na rodoviária, por exemplo. Ainda segundo a Sesp, os levantamentos são realizados por cidade.